Podcast do Crisp aborda relações de gênero dentro e fora do sistema prisional
Pesquisadores da UFMG conversaram com a cientista Social Natalia Lago, que tem formação na USP e atua na Unicamp
As relações de gênero dentro e fora do sistema prisional são o tema do episódio 45 do Crisp entrevista, podcast mensal sobre criminalidade, segurança pública, justiça criminal e sistema prisional. A convidada dessa edição é a cientista social Natalia Lago, mestra e doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu, da Unicamp.
Natalia pesquisa as áreas de relações de gênero dentro e fora do sistema prisional, com ênfase no ativismo de familiares de pessoas encarceradas. Paralelamente ao trabalho acadêmico, ela é integrante da Associação de Familiares e Amigos de Presos (Amparar). Recentemente realizou estágio de pós-doutorado como pesquisadora visitante na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
No podcast, Natália Lago apresenta sua trajetória de pesquisa, que começou com o estudo de mulheres encarceradas e se expandiu para explorar as interações e interseccionalidades nas filas de espera em unidades prisionais, destacando as tensões e a predominância de mulheres negras nesses espaços. A pesquisadora aborda ainda as diferenças e semelhanças entre os movimentos de familiares de presos nos Estados Unidos e no Brasil, com foco nos desafios enfrentados, especialmente no que se refere a infraestrutura prisional e em períodos de crises, como a pandemia de covid-19 e as enchentes no Rio Grande do Sul.
Ao final, Natalia discorre sobre o papel das mães de presos no Brasil, ressaltando as ambiguidades e desafios que essas mulheres enfrentam, e fala sobre as redes de apoio que se formam entre familiares e amigos dos presos, que muitas vezes preenchem lacunas deixadas pela assistência estatal.
O Crisp é o Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública, da UFMG. Os entrevistadores do podcast, que pode ser ouvido no Spotify, são Valéria Oliveira (coordenadora), Ludmila Ribeiro e Rafael Rocha, e a produção é de Isabella Matosinhos.