Notícias Externas

Professor e escritor reflete sobre o papel de obras contemporâneas na formação de autores

Tiago Novaes destacou em entrevista à Rádio UFMG Educativa características de linguagem e temáticas do gênero literário

Escritor criou o poscast Prelo, que já tem mais de 30 episódios publicados
Escritor criou o poscast Prelo, que já tem mais de 30 episódios publicados Reprodução / Facebook Escrita Criativa

Ao longo das últimas décadas, não faltaram discussões a respeito da importância da leitura de clássicos. Autores, estudiosos, críticos, muitos exploraram e defenderam a relevância desse debate no meio literário. O outro lado dessa questão, no entanto, tem se mostrado também merecedor de atenção: por que ler as obras contemporâneas? Um dos vários escritores que se arriscou a dar uma resposta foi Tiago Novaes, professor de criação literária e dono do podcast Prelo. Em um dos seus episódios, o autor defende a importância dos contemporâneos para se entender o presente, explorar histórias mais atuais e ceder espaço para novos caminhos literários.

Em entrevista concedida ao programa Universo Literário desta terça-feira, 18, o escritor abordou como é fundamental para quem produz literatura ler os contemporâneos. Ele definiu essa produção literária não apenas como aquela feita especificamente no nosso tempo, mas como as obras que o tocam profundamente, dando vários exemplos de livros antigos que considera contemporâneos. O podcaster comentou características de linguagem dessas publicações e destacou que muitos temas atuais como racismo e feminicídio, são prementes há muito tempo, mas as editoras não davam tanto espaço por vê-los como assuntos de nichos sociais, ao passo que, hoje, a visão é de que são problemas que atingem todos os tipos de leitor.

O professor ainda apontou que o escritor precisa conhecer a produção contemporânea para estar apto a alcançar um público amplo. “Nas oficinas que eu coordeno, não é raro ter a presença de autores muito impregnados de autores do século 19 e que escrevem como se vivessem lá. Hoje tem os temas banais, briga com vizinho, problema com banco, antes não podia escrever sobre isso e a literatura contemporânea é impregnada de conflito, de perguntas. A linguagem contemporânea é ousada, é arriscada, não tem medo, palavras certas ou erradas, tudo cabe e isso é muito bonito”, refletiu, sem deixar de ressaltar que as obras contemporâneas não existiriam sem os clássicos. O podcast do escritor dedicado à criação literária, Prelo, pode ser acessado pelo Spotify e por outras plataformas de áudio.

Produção: Laura Portugal e Marden Ferreira, sob orientação de Luiza Glória e Hugo Rafael

Publicação: Alessandra Dantas