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Programa Conexões discute impactos da realização da Copa América no Brasil em meio à pandemia

Parte da seleção e da comissão técnica da Venezuela já testou positivo para a covid-19

A partida de abertura do campeonato bateu recorde de baixa audiência
A partida de abertura do campeonato bateu recorde de baixa audiência Lucas Figueiredo/ Fotos públicas/ CC BY-NC 2.0

A Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) anunciou, quase que de surpresa, no início do mês de junho, que o Brasil seria a sede da Copa América. Nesse domingo, 13, teve início a competição de futebol envolvendo as principais seleções do continente americano, com o primeiro jogo no estádio Mané Garrincha, em Brasília. 

Para quem é fã de futebol, é época de acompanhar as partidas e torcer pela seleção, e essa emoção costuma ser ainda maior quando a competição é realizada em casa, com o Brasil sediando. Mas nessa edição o campeonato está cercado de polêmicas e ocorrem meio a controvérsias. Mesmo com a insatisfação expressada por diversos setores, inclusive pelos próprios jogadores da seleção brasileira, o governo insistiu em manter o país como sede do evento. 

A transferência da competição para o nosso país se deu por causa da desistência das sedes anteriores. No caso da Argentina, pela disparada da pandemia de covid-19, e, no caso da Colômbia, dada tensão social gerada pelas últimas manifestações da população, insatisfeita com a situação sociopolítica do país, agravada pela pandemia. O aval do governo brasileiro para a realização da Copa América no país gerou muita preocupação e críticas por parte de especialistas da saúde, que há meses alertam para o risco de uma terceira onda da covid-19. 

Essa discussão esteve em pauta no programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta segunda-feira, 14, que recebeu o professor Silvio Ricardo da Silva, do Departamento de Educação Física da UFMG, e coordenador do Grupo de Estudos sobre Futebol e Torcidas. A entrevista contemplou as contradições da recepção do torneio, passando por temas como as medidas de segurança, a crise sanitária e econômica, as manifestações dos jogadores e a audiência dos jogos.

Um dos argumentos da Conmebol para sediar a Copa América faz referência à crise econômica do país: a entidade defende que a competição trará poucos gastos e pode gerar retorno financeiro para o Brasil. Sobre esse aspecto, o professor Silvio Ricardo comentou: “Não acredito que o impacto da realização desse evento traga alguma mudança significativa na economia. O que houve na Copa do Mundo e na pandemia, por exemplo, em termos de turismo, tinha descolamento, tinha torcedores, houve construções de espaços turísticos. Mas eu acho que numa Copa acontecendo assim, de maneira instantânea, isso é apenas uma das desculpas para que se votasse positivamente em relação à realização do evento.”

O professor é colaborador da Rádio UFMG Educativa e conduz o programa esportivo ‘Óbvio Ululante: porque no futebol nada é tão óbvio assim!”, que vai ao ar toda quarta-feira, ao vivo, às 18h, no qual as questões relativas à Copa América têm sido discutidas. 


Produção: Alessandra Dantas e Laura Portugal sob a orientação de Luiza Glória
Publicação: Flora Quaresma, sob orientação de Hugo Rafael