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Projeto da UFMG capacita profissionais para acompanhar desenvolvimento de crianças

Formação de multiplicadores ocorre em cidades de todas as regiões do país

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O projeto capacita médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais de saúdeTony Winston | Agência Brasília

Um projeto da Faculdade de Medicina da UFMG capacita profissionais da atenção primária à saúde (APS) visando fortalecer o acompanhamento do desenvolvimento de crianças de até cinco anos, com apoio do aplicativo Tedi (Triagem e Estimulação do Desenvolvimento Infantil).

O aplicativo foi desenvolvido por pesquisadores da UFMG e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A ideia é avaliar a efetividade da utilização da ferramenta na atenção primeira e transformar os profissionais em multiplicadores dessa estratégia em seus municípios, atuando na avaliação e orientação dos cuidados para promover o desenvolvimento pleno e saudável das crianças.

Nessa primeira etapa, participarão profissionais de Brumadinho (MG), Juatuba (MG), Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS), Castanhal (PA) e Tanhaçu (BA). Os municípios foram escolhidas com base na análise de indicadores de uso do e-SUS, em dados de vulnerabilidade entre menores de cinco anos, na cobertura da Estratégia de Saúde da Família, entre outros critérios. A ação resulta de parceria da Faculdade de Medicina com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e a Fundação Porticus, com apoio do Ministério da Saúde. 

Prioridade na pandemia
Os participantes são médicos e enfermeiros da APS e integrantes das equipes multiprofissionais, como fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Cento e quarenta multiplicadores serão certificados pela UFMG e estarão aptos a repassar o conteúdo do curso para seus pares. As atividades começaram no início do mês e seguirão até outubro, incluindo período de quatro meses de supervisão clínica a cargo de facilitadoras experientes na avaliação do desenvolvimento infantil.

A professora da Faculdade de Medicina da UFMG Cláudia Lindgren, coordenadora do projeto, explica que o principal desafio é a priorização do desenvolvimento infantil no cotidiano da APS. “Essa é uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e prioridade absoluta na pandemia. Há muitos estudos que mostram o impacto do isolamento social e do estresse parental sobre o desenvolvimento da criança pequena”, afirma. 

O curso vai ajudar os profissionais a fazer a triagem das crianças que realmente necessitam de reavaliação para diagnóstico de problemas de desenvolvimento, diminuindo a sobrecarga nos serviços especializados e tornando a APS mais resolutiva. “O objetivo é pôr nas mãos dos profissionais que estão mais próximos das famílias uma ferramenta que ajude a identificar as crianças que necessitam de avaliação e intervenção especializada. A formação também oferece recursos para que o profissional seja capaz de orientar os cuidadores sobre estimulação daquelas crianças que não precisarão de intervenção especializada”, diz Cláudia Lindgren.

Aplicativo
O aplicativo Tedi auxilia a identificar alterações no desenvolvimento e comportamento de crianças de 1 a 65 meses de idade e de fatores de risco no contexto familiar. A ferramenta também oferece vídeos com estímulos para cada faixa etária e orientações para os cuidadores.

O aplicativo reúne informações do Survey of Well-being of Young Children (SWYC) e da Caderneta da Criança, que são recursos adicionais de apoio aos profissionais de saúde na triagem, na interpretação dos resultados e na tomada de decisões.

Centro de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG