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Reitor e vice-reitora reúnem-se com professores e reafirmam necessidade de defesa da democracia

Sandra Almeida (terceira a partir da esquerda) e Jaime Ramírez (quarto a partir da esquerda) se reuniram com os professores: defesa de direitos e conquistas
Sandra Almeida (terceira a partir da esquerda) e Jaime Ramírez (quarto a partir da esquerda) se reuniram com os professores: defesa de direitos e conquistas Foto: Marcílio Lana / UFMG

Apreensivos com a atitude da Polícia Federal em relação à professora Maria Rosaria Barbato, do Departamento de Direito do Trabalho e Introdução ao Estudo de Direito da UFMG, intimada a prestar esclarecimentos sobre sua suposta militância “em sindicatos e partidos políticos no território nacional”, docentes da Universidade, vinculados ao grupo autodenominado Professores da UFMG pela Democracia, reuniram-se no final da tarde desta segunda-feira, 16, com o reitor Jaime Ramírez e com a vice-reitora Sandra Goulart Almeida. O encontro aconteceu na Reitoria.

O grupo, formado por docentes de diversas unidades acadêmicas, manifestou, durante o encontro com o reitor e a vice-reitora, preocupação com o momento político e com o futuro de conquistas sociais e democráticas, alcançadas após a promulgação da Constituição de 1988.

“A ação da Polícia Federal em relação à professora Maria Rosaria foi abusiva. O fato atinge a todos nós. Estamos preocupados porque, na nossa avaliação, não se trata de um caso individual”, relatou o professor Juarez Guimarães, do Departamento de Ciência Política. “O clima político é de insegurança, de intimidação”, acrescentou Dirceu Greco, professor da Faculdade de Medicina. Segundo ele, professores estrangeiros estão preocupados e com medo.

Valores democráticos

O grupo de professores destacou a importância de o Conselho Universitário da UFMG ter divulgado nota em que manifesta preocupação em relação ao "desrespeito a valores democráticos" e em defesa "intransigente" da educação pública e moção de repúdio sobre a decisão da Justiça, posteriormente revogada, que proibiu assembleia estudantil organizada pelo Centro Acadêmico Afonso Pena (Caap).

“Precisamos socializar o entendimento sobre a gravidade deste momento, sobre as nossas preocupações em relação aos direitos sociais, à assistência estudantil, à pesquisa com liberdade, ao ensino comprometido com o social”, enfatizou Samira Zaidan, professora da Faculdade de Educação.

“A universidade pública brasileira está diante de um grande desafio. Precisamos nos posicionar veementemente em favor dos direitos democráticos e dos avanços alcançados nos últimos anos, como as políticas de inclusão e acesso ao ensino superior”, defendeu Jaime Ramírez, que reafirmou o compromisso da Universidade com o debate, a crítica e a reflexão.