De 29 de agosto a 2 de setembro, a Casa da Glória, em Diamantina, recebe a 19ª edição do tradicional Seminário de Diamantina, evento realizado pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da UFMG. Neste ano, em que se comemoram 40 anos do evento, sua realização tem apoio da unidade da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg) em Diamantina, onde é ofertado o curso de Direito, em instalação contígua à Casa da Glória.

Criado para sediar reflexões críticas sobre a realidade política, econômica, histórica e demográfica de Minas Gerais, o seminário – realizado pela primeira vez em 1982 – ampliou o escopo de suas discussões para os âmbitos nacional e internacional. “Já faz algum tempo que o Seminário de Diamantina avança em um processo de ampliação de perspectivas tanto do ponto de vista nacional quanto do ponto de vista internacional”, contextualiza o professor Frederico Gonzaga Jayme Júnior, diretor do Cedeplar. “No fundo, a nossa pretensão é mesmo a de um seminário internacional, o que está demonstrado pela quantidade de pesquisadores estrangeiros na programação.”

“A ideia é congregar o maior número possível de pesquisadores das nossas áreas tradicionais das ciências sociais, isto é, a demografia e a história econômica, além da economia", explica o professor. "E as novidades são as áreas de relações econômicas internacionais, incorporando um curso que criamos na UFMG [em 2010], e de políticas públicas e planejamento regional e urbano, campos de pesquisa com os quais trabalhamos há anos, mas que ainda não estavam no seminário.” Além disso, em razão da participação da Uemg, abriu-se uma porta para o campo do direito, com a entrada da área de direito ambiental.

Brasil pós-pandemia
A cada edição, o Seminário de Diamantina elege um tema. A última edição ocorreu em 2019 e tratou da crise da mineração. Agora, com base no mote Minas Gerais e o Brasil pós-pandemia: 40 anos do Seminário de Diamantina, o tema será a superposição de crises que, causadas pela pandemia de covid-19 nos últimos dois anos, seguem abatendo a realidade socioeconômica mineira, brasileira e internacional no avançar de 2022.

Trata-se de uma superposição que “se reflete em aprofundamento das desigualdades sociais, em desemprego e precarização do trabalho, em crise ambiental, em crise humanitária sob a forma de migrações forçadas, de intensos fluxos de refugiados, de violência e intolerância, que ameaçam a democracia e a paz”, observam os organizadores na apresentação do evento.

As inscrições podem ser feitas até esta quinta-feira, 25 de agosto, pelo site Sympla. Graduandos desembolsam R$ 120, estudantes de pós-graduação, R$ 150, professores e demais profissionais, R$ 400. O pagamento da taxa de inscrição dá direito ao material do evento e ao deslocamento Belo Horizonte-Diamantina-Belo Horizonte em ônibus especial.

Programação
Os dois primeiros dias de seminário serão dedicados à realização de quatro minicursos: um sobre a linguagem de programação Python, outro sobre “grades populacionais produzidas por projetos globais”, o terceiro sobre avaliação de tecnologias em saúde e o quarto sobre financiamento para a Atenção Primária à Saúde (APS). As inscrições já estão encerradas.

A sessão de abertura será no dia 31, quarta-feira, e vai desencadear a série de conferências e mesas-redondas que tomarão as manhãs e as tardes dos dias seguintes, tratando dos assuntos mais diversos, como os impactos da pandemia, as questões relativas à distribuição de renda e à justiça social e os 200 anos da Independência. A programação está detalhada no site do Seminário.

No plano cultural, o evento terá shows musicais e lançamento de livros no Mercado Municipal, o “Mercado Velho”, e uma exposição fotográfica na Casa da Glória. Uma sessão especial da tradicional Vesperata vai integrar a programação do Seminário: a festa será no dia 2, às 21h, na Rua da Quitanda. Informações sobre essas e outras atividades estão no site do evento e podem ser solicitadas pelo e-mail seminarios@cedeplar.ufmg.br.