Embora necessária, a apropriação do conhecimento – materializado na qualidade do conteúdo acadêmico e na excelência dos professores da UFMG – está longe de representar tudo aquilo que se espera de uma vida acadêmica. “É preciso algo mais: conectar saberes, ‘sair da caixinha’. A UFMG é o lugar perfeito para se fazer isso”, disse o professor de sociologia e diretor de Divulgação Científica da UFMG, Yurij Castelfranchi.

Na manhã desta segunda (5), ele ministrou aula inaugural para os calouros que ingressam à universidade neste segundo semestre de 2019. Com o tema Uma estrela ao meio-dia: tecer conexões, inventar a universidade, a aula magna teve o objetivo mostrar a multiplicidade de oportunidades oferecidas pela UFMG e de caminhos possíveis para que o aluno "invente sua própria trajetória".

Em sua exposição, Castelfranchi recorreu à metáfora que equipara o acadêmico a um executivo que porta uma maleta de dois fundos. “A parte visível da mala conteria o conhecimento apreendido, suas terminologias e jargões, bem como as habilidades de ler, analisar e escrever. Na parte invisível, da qual nem sempre nos damos conta, estaria incluída nossa capacidade de contextualizar os conteúdos, conectá-los a outros saberes, traduzi-los e compartilhá-los”, elaborou.

O professor também destacou a necessidade de se construir conexões sociais e de solidariedade, especialmente para lidar com os momentos difíceis da vida do estudante, "em que podem emergir a angústia, a ansiedade e a solidão". “Explorem a coletividade que a comunidade universitária proporciona: o convívio diário, os projetos de extensão, os eventos e ações sociais. Aproveitem tudo isso como parte integrante do processo de estudar na UFMG”, aconselhou.

Formação cidadã
Em seu pronunciamento, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida resgatou o lema da UFMG – incipit vita nova (começa uma nova vida) – para desejar boas-vindas aos novos estudantes. “Esse mote significa muito para todos nós, pois a UFMG inicia uma nova vida a cada semestre. Temos muito a contribuir com vocês, e vocês conosco”, disse. 

Sandra Goulart enfatizou que os calouros aprenderão, na universidade, “não somente uma profissão, mas também muitas coisas importantes sobre a sociedade". “É fundamental que estejam aqui vivendo a UFMG, abertos às várias experiências que ofereceremos ao longo dos próximos anos. Extrapolem as salas de aula – explorem os espaços culturais, o Centro Esportivo Universitário e outras instalações. Participem de tudo, ainda que não tenha a ver com seu curso. Isso faz parte da formação cidadã que pretendemos proporcionar”, convidou.

Após a apresentação feita pelos gestores, representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) falaram aos calouros sobre a importância de se manterem unidos mediante as dificuldades que têm sido vivenciadas pela universidade pública ao longo dos últimos meses, especialmente em relação aos cortes de verbas impostos pelo governo federal e às ameaças de privatização.

 Yurij Castelfranchi voltará a falar sobre o mesmo tema aos calouros dos cursos noturnos ainda nesta segunda-feira, a partir das 19h, também no CAD1.  

Viver UFMG
A Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) promove, no decorrer deste mês, diversas atividades para acolhimento dos calouros. Na Tenda Viver UFMG, localizada na Praça de Serviços, haverá rodas de conversa, oficinas culturais, sessão de cinema e forró. Dali também, das 14h às 17h, partem os ônibus para passeios ao Museu de História Natural e Jardim Botânico, Estação Ecológica e Museu de Ciências Morfológicas. Para participar desses passeios, o estudante deve se inscrever pelo site da Prae.

Na mesma página também estão disponíveis informações sobre assistência estudantil, ações afirmativas, orientações sobre proibição do trote, consumo consciente de energia e água, além do Guia Viver UFMG, com dicas sobre a vida acadêmica, cultural, esportiva e de lazer, endereços e telefones das unidades acadêmicas, mapas, entre outras.