Institucional

UFMG é fruto do sonho de ‘independência da mocidade mineira’

Em edição especial do UFMG Talks, reitora e pró-reitor de Pesquisa traçaram um panorama da relevância história, social e científica da principal universidade de Minas

Sandra Goulart (no alto):
Sandra Goulart (no alto): qualidade reconhecidaRaphaella Dias / UFMG

Na noite desta quarta-feira, dia 9, foi realizada, com transmissão no canal da TV UFMG no YouTube, edição especial do programa UFMG Talks, com o tema UFMG 93 anos: conhecimento a serviço de Minas e da sociedade. A reitora Sandra Regina Goulart Almeida, com a apresentação intitulada UFMG: 93 anos nas veredas do conhecimento, resgatou um pouco da história da Universidade e falou sobre sua importância no cenário nacional e internacional.

“A data escolhida para fundação da universidade foi 7 de setembro, a mesma da independência do Brasil. Os idealizadores da UFMG pretendiam, assim, aludir a uma ‘independência da mocidade mineira’, ou seja, os mineiros passavam a não depender mais de universidades de São Paulo ou do Rio de Janeiro para fazer um curso superior. Evocava-se, assim, o conceito de liberdade, que sempre prevaleceu no imaginário mineiro”, revelou a reitora.

Como lembrou Sandra Goulart, a UFMG foi formada pela junção de quatro faculdades que já existiam em Minas Gerais: a Faculdade de Direito, que teve sede primeiramente em Ouro Preto, a Escola Livre de Odontologia, a Escola de Engenharia e a Faculdade de Medicina. 

Em 1942, começaram as tratativas para construir um campus universitário. Para obtenção do terreno, foi desapropriada a Fazenda Dalva, na região que hoje conhecemos como Pampulha. A universidade foi federalizada em 1949.

Muito além do ensino
A reitora lembrou que, diferentemente do que uma parcela da população possa imaginar, a UFMG não é apenas "um lugar onde as pessoas estudam para obter um diploma”. “Temos aqui um importante polo de pós-graduação, com reconhecida qualidade e variedade de cursos. Nossa área de pesquisa também é destaque nas áreas de saúde, exatas, engenharias, artes e outras, com impacto direto no desenvolvimento da região e do Brasil. Nossas ações de extensão, que representam o elo com a comunidade externa, são referência no estado e no país”, enumerou Sandra Goulart.

Por fim, a reitora mencionou o recente reconhecimento da relevância da Universidade em importantes rankings nacionais e internacionais. A UFMG tem, há seis anos consecutivos, o melhor ensino do país, de acordo com o Ranking Universitário Folha de S.Paulo. É a melhor universidade federal do país, segundo o Times Higher Education, um ranking britânico, e uma das três melhores federais do Brasil, segundo o ranking de Shangai. “Temos nos tornado cada vez maiores. Desde 2010, a UFMG quase duplicou o número de cursos e de ações de extensão, com impacto e visibilidade. Comemorar 93 anos nesse contexto é muito gratificante”, disse.

Mário Campos (abaixo) apresentou indicadores da produção científica da UFMG
Mário Campos (abaixo) apresentou indicadores da produção científica da UFMG Raphaella Dias / UFMG

Da bradicinina ao grafeno
O pró-reitor de Pesquisa, Mário Montenegro Campos, em sua apresentação Conhecimento a serviço de Minas e da sociedade, mencionou algumas das mais importantes inovações criadas em laboratórios diversos da UFMG. Elas resultaram em patentes que geram retorno para a Universidade e para a sociedade.

“Em 1947, o professor Wilson Beraldo participou da pesquisa que isolou a bradicinina, substância presente no veneno da jararaca. A descoberta resultou no desenvolvimento de um dos medicamentos mais utilizados no controle da pressão arterial”, exemplificou o pró-reitor.

Entre as principais inovações concebidas no âmbito da UFMG, Mário Campos citou o nanoscópio, primeiro aparelho capaz visualizar partículas na escala nanoscópica de grandeza; o MosquiTrap, instrumento que possibilita a identificação do local de infestação pelo Aedes aegypti; a empresa de buscas virtuais criada por professores da UFMG, que foi vendida para a Google (que constituiu, assim, seu primeiro centro de engenharia fora do Vale do Silício), e os testes para a covid-19 recentemente desenvolvidos paralelamente à pesquisa que visa à formulação de uma vacina.

“A UFMG produz conhecimento relevante e de ponta nas mais diversas áreas do saber. Isso só é possível porque a Universidade se fundamenta em três pilares: pesquisa, ensino e extensão de qualidade. Esses fatores se mesclam, produzindo conhecimento com inovação”, resumiu o pró-reitor.

Alguns dos principais indicadores acadêmicos da UFMG foram mencionados por Mário Campos. A produção no período de 2010 a 2019 somou 34.457 itens, entre publicações, artigos científicos, capítulos de livros, resultados em conferências nacionais e internacionais, mobilizando 23,8 mil autores. “A UFMG se destaca por sua produção e sua pujança científica, não só em termos de quantidade, mas, principalmente, de relevância, focada naquilo que está na ponta do conhecimento”, afirmou Campos.

O UFMG Talks oferece visibilidade para a ciência e as pesquisas desenvolvidas pela UFMG, revelando sua contribuição ao desenvolvimento do país, sob os pontos de vista econômico e do bem-estar e qualidade de vida. Física quântica, neurociência, inteligência artificial, criminalidade, manifestações culturais e vacinas são alguns dos temas já abordados na série, que vem sendo realizada virtualmente durante a pandemia de covid-19. 

Matheus Espíndola