Pesquisa e Inovação

UFMG formaliza parceria com instituto americano que trabalha com métricas de saúde

Instituições já colaboram no campo de dados e análises relacionados a doenças, expectativa de vida e fatores de risco, entre outros aspectos

Alessandro Fernandes
Alessandro Fernandes, Mohsen Naghavi e Deborah Malta: acordo formal vai ampliar possibilidades de troca de informações e intercâmbio de pesquisadores e estudantesFoto: Foca Lisboa | UFMG

A UFMG e o Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) da University of Washington, em Seattle (EUA), são, desde ontem, oficialmente parceiros. As instituições colaboram desde a última década em troca de dados e análises sobre carga de doença, que é a medida de perda de saúde de uma população provocada por doenças e lesões.

O vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira recebeu nessa terça, 25 de abril, o professor Mohsen Naghavi, do IHME, para a assinatura do memorando de entendimento.

Em 2014, foi criada a Rede GBD Brasil, que é coordenada pelos professores Deborah Malta, da Escola de Enfermagem, e Antonio Ribeiro, da Faculdade de Medicina da UFMG. A rede global tem mais de 8 mil colaboradores. No Brasil, são cerca de 150.

“A formalização da parceria amplia possibilidades de intercâmbio de informações e pesquisadores”, comemora Deborah Malta. Ela destaca que o IHME é um dos mais importantes institutos do mundo na área de carga global de doença. Suas bases da dados sobre aspectos como mortalidade, doenças, incapacidades e fatores de risco abrangem 204 países.

Indicadores inovadores
De acordo com a professora, o instituto americano utiliza indicadores inovadores, como o de expectativa de vida saudável, e não apenas compara taxas de mortalidade, mas considera índices de mortes que ocorrem antes do esperado ou anos de vida perdidos em razão de mortes prematuras, como no caso de crianças, adolescentes e adultos jovens. É contabilizado ainda o peso das incapacidades – a lista contém mais de 3.200 tipos – na qualidade de vida das populações.

Produzimos dados que apoiam análises em âmbito mundial e também desenvolvemos estudos específicos para o Brasil”, informa Deborah Malta. Ela informa que mais de 90 artigos foram produzidos com foco no país. A GBD Brasil traduz cursos para o português e contribui para transmitir a metodologia para outros países de língua portuguesa.

A professora da Escola de Enfermagem, que integra o Comitê Científico do Institute for Health Metrics and Evaluation, ressalta que a geração de informações sobre carga de doença apoia gestores na definição de prioridades e subsidia políticas de prevenção. 

O IHME foi criado em 2007 e é financiado pela Fundação Gates.

Resultados em site
No dia 10 de maio, será lançado o site GBD Brasil, com o objetivo de disseminar os resultados do estudo Carga Global de Doenças (Global Burden of Disease, GBD) referentes ao país, democratizar o acesso e fomentar o uso dessas informações. 

Recentemente, o grupo propôs o desenvolvimento de uma base de dados subnacionais sobre mortalidade, segundo a metodologia de tratamento de dados do GBD. Um esforço conjunto entre pesquisadores da Rede GBD Brasil e do IHME resultou na produção de estimativas de mortalidade por Regiões de Saúde brasileiras no âmbito do estudo GBD. Essas informações também estarão disponíveis no site GBD Brasil, na forma de um painel de dados desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde do Brasil.

Além de Alessandro Fernandes e Mohsen Naghavi, também participaram da reunião de assinatura do memorando de entendimento o pró-reitor de Pesquisa, Fernando Reis, os professores Deborah Malta e Antonio Ribeiro, o assessor da Reitoria Dawisson Belém Lopes e o professor Bruce Duncan, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, integrante da rede GBD Brasil.

  

Itamar Rigueira Jr.