Pesquisa e Inovação

Pesquisa da Antropologia aborda cultura material e história do Hospital Colônia de Barbacena

Tese tema do 'Aqui tem ciência' discorre sobre narrativas, objetos e arquitetura de uma das maiores instituições manicomiais do Brasil

A pesquisa analisou as características dos pavilhões do Hospital Colônia de Barbacena.
Juliana Brandão analisou as características dos pavilhões do Hospital Colônia de BarbacenaAcervo da pesquisa

O funcionamento do Hospital Colônia de Barbacena, de 1903 ao final da década de 1980, foi marcado por violações aos direitos humanos e por uma política segregatória que deixou cicatrizes na história das políticas de tratamento direcionadas à população neurotípica no Brasil. As lembranças trágicas da instituição, que vitimou cerca 60 mil residentes, e o modo como as estruturas materiais do hospital tiveram impacto no funcionamento dela são os focos da pesquisa de doutorado de Juliana Brandão.

A tese, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Antropologia da UFMG, é tema do episódio 115 do Aqui tem ciência, programa da Rádio UFMG Educativa. A pesquisa de Juliana reúne narrativas de testemunhas e analisa a materialidade do espaço, o que inclui camas, uniformes e utensílios, além da própria estrutura dos pavilhões, dentro da chamada “arqueologia da arquitetura”.

Juliana Brandão conta que construiu sua tese com base em arquivos públicos da época e em conversas com ex-internos e ex-funcionários do hospital. Em entrevista ao programa, a pesquisadora fala também sobre o passado sombrio que assola o município de Barbacena e traz reflexões sobre as políticas opressivas que marcaram a história da instituição e que são importantes para pensarmos as atuais políticas de saúde mental.


Raio-x da pesquisa

Título: Arqueologia da loucura: narrativas alternativas, cultura material e história do hospital colônia de Barbacena
O que é: tese de doutorado que analisa os efeitos da materialidade da instituição na perda da individualidade dos residentes do Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais. O foco da pesquisa está, ainda, na chamada “arqueologia da arquitetura”, ou seja, na relação entre pavilhões e objetos institucionais do hospital e o tratamento dos internos.

Pesquisadora: Juliana Maria Brandão Moreira
Programa de Pós-graduação: Antropologia
Orientador: Andrés Zarankin
Ano da defesa: 2021
Financiamento: Capes

Produção

O episódio 115 do Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Laura Silva, edição de Paula Alckmin e trabalhos técnicos de Cláudio Zazá.

O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e busca abranger todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados do trabalho de um pesquisador da Universidade.

O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast como o Spotify e vai ao ar no site da emissora e na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.