Pesquisa e Inovação

Curso de fisiologia vai discutir impactos positivos e negativos das tecnologias; inscrições terminam dia 19

xxxx
Foca Lisboa / UFMG

Doenças cardiovasculares em jovens devido ao uso de agentes anabólicos e alterações no metabolismo humano provocadas pela exposição excessiva à luz de aparelhos eletrônicos são alguns dos temas a serem abordados em curso de Fisiologia Avançada que será oferecido no campus Pampulha, de 25 a 29 de julho. As inscrições podem ser feitas até terça terça-feira, 19, na programação completa ou em parte do curso.

Realizado pelo Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), o curso O bem e o mal das inovações farmacológicas e da tecnologia na saúde humana vai tratar de questões como o uso de anabolizantes e termogênicos, doenças cardiovasculares, menopausa, relógio biológico e nanotecnologia.

Sem pré-requisitos, o curso é destinado sobretudo a estudantes e profissionais de saúde que desejam aprimorar seus conhecimentos na área de fisiologia ou ingressar em programas de pós-graduação e especialização em Fisiologia ou áreas correlatas.

Smartphones
Integrante da comissão organizadora do curso, a professora Maristela de Oliveira Poletini comenta que a exposição excessiva à luz de aparelhos pode gerar diversas alterações no metabolismo humano e levar a problemas de saúde como obesidade, diabetes e transtorno de humor.

“Ainda não sabemos exatamente o que significa para a nossa fisiologia estar conectado 24 horas, nos sete dias da semana, a um oceano de informações”, observa a professora do Departamento de Fisiologia e Biofísica.

Ela lembra que a capacidade de comunicação avançou vertiginosamente desde a descoberta do telégrafo elétrico, em 1830, até a concepção dos smartphones, no fim da década de 1990. “O grande questionamento é se o funcionamento do nosso organismo está adaptado para tais mudanças”, destaca. “A ciência já tem dados para concluir que desafios impostos à nossa fisiologia, como a exposição excessiva à luz e outros estímulos que nos mantêm alertas, são prejudiciais à saúde”, enfatiza.

Segundo ela, dormir à noite, na escuridão, de seis a oito horas, é um hábito que acompanha uma série de alterações fisiológicas, tais como aumento na liberação de determinados hormônios, diminuição da temperatura corporal e da frequência cardíaca.

Maristela de Oliveira Poletini comenta que desde o advento da luz elétrica, 140 anos atrás, teve início o processo de ruptura com nosso ritmo circadiano, período de 24 horas no qual se completam as atividades do ciclo biológico. A professora informa que essa interrupção no ritmo biológico é considerada, pela Agência Internacional para Pesquisas sobre Câncer (Iarc), como carcinogênica, isto é, com potencial de estimular o aparecimento de câncer.

A professora destaca a necessidade de capacitar os profissionais de saúde e da educação para difundir novos achados sobre o impacto da tecnologia no organismo. Mais informações podem ser obtidas no site do curso, em página do Facebook e pelo telefone (31) 3409-2946

Com Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do ICB