Série da TV UFMG reúne entrevistas com especialistas em direitos humanos
Elas ministraram aulas na escola de verão, realizada na semana passada, sobre temas como igualdade de gênero, povos indígenas e educação superior
Proporcionar uma formação em direitos humanos com caráter multidisciplinar, discutir a importância da universidade pública como espaço do pensamento crítico e da diversidade de perspectivas e ressaltar o trabalho em rede para a multiplicação das reflexões sobre o tema. Essas foram as propostas da Escola de Verão – Educação em Direitos Humanos, que reuniu, na semana passada, estudantes, profissionais de políticas públicas, representantes de movimentos sociais, professores e servidores técnico-administrativos em educação na UFMG.
O curso foi promovido pela Cátedra Aberta de Direitos Humanos, que é uma realização da Associação das Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM). A Escola de Verão foi encerrada na sexta-feira, 21, com uma aula da pró-reitora de Extensão da UFMG, professora Claudia Mayorga, e uma visita dos participantes à exposição Mundos indígenas, no Espaço do Conhecimento da UFMG.
“A pauta dos Direitos Humanos é muito diversa, e não foi possível abordar todos os temas. Mas a ideia é que essa Escola de Verão seja uma primeira experiência e que possamos repeti-la no próximo ano”, afirmou a pró-reitora. À TV UFMG, ela falou sobre os objetivos do curso e sobre o papel da educação no fortalecimento dos direitos humanos.
De 17 a 21 de fevereiro, professoras da UFMG, da Unicamp e de universidades argentinas e uruguaias compartilharam com os participantes suas perspectivas sobre os direitos humanos e debateram com eles temas como igualdade de gênero, educação intercultural e fortalecimento democrático.
No dia 17, a professora de Direito da Universidad de la Republica, no Uruguay, Flor de María Meza, ministrou aula sobre os documentos e tratados internacionais de referência para o tema. "Se tivéssemos que discutir a Declaração dos Direitos Humanos hoje, em 2020, não sabemos se ela seria proclamada na Assembleia Geral da ONU", afirmou em entrevista à TV UFMG, na qual discutiu os avanços e retrocessos dos Direitos Humanos no mundo e a importância do direito à educação para a conquista da dignidade do ser humano.
O dia 18 foi dedicado à educação para a igualdade de gênero, com base na aula da professora Marlise Matos, do Departamento de Ciência Política. “O Brasil tem uma dívida com as mulheres brasileiras porque não alcançaram o patamar de cidadania e de igualdade de condições, direitos e oportunidades que precisam alcançar”, afirmou a professora em entrevista à TV UFMG.
A educação para os direitos humanos na perspectiva dos povos indígenas foi o tema da aula da professora María José Bournissent, da Universidad Nacional del Litoral, na Argentina, no dia 19 de fevereiro. Em entrevista à TV UFMG, ela afirmou que a garantia plena dos direitos dos indígenas passa pelo fortalecimento da educação intercultural, definida como “uma teia de pontes de diálogo entre culturas diferentes, de reconhecimento do outro com seus valores, sua cultura e seus idiomas”. Assista ao vídeo:
A diretora executiva de Direitos Humanos da Unicamp, professora Neri de Barros, participou da Escola de Verão no dia 20, com uma aula sobre os desafios dos direitos humanos para a educação superior. Para a professora, esses desafios serão vencidos mais rapidamente à medida que as universidades abraçarem a diversidade. Assista ao vídeo, em que ela discute as transformações que uma inclusão plena tem trazido para a cultura universitária.
A Escola de Verão foi o primeiro evento do ano da UFMG dedicado aos Direitos Humanos. “Começamos o ano com esse tema em pauta, fortalecendo essa agenda e queremos, ao longo de 2020, dar continuidade a um conjunto de ações”, afirma a pró-reitora Claudia Mayorga, acrescentando que, neste ano, a Universidade realizará, entre outros eventos, o 9º Congresso Brasileiro de Extensão, que também terá o tema dos direitos humanos na pauta.