Ensino

UFMG recebe seus novos estudantes internacionais

Abertura da Semana de Orientação do Estudante Internacional tematiza encontro entre as diferenças

Abertura da Semana de Orientação do Estudante Internacional
Abertura da Semana de Orientação do Estudante Internacional Foto: Foca Lisboa / UFMG

Aprender a falar português, entrar em contato com a cultura brasileira, adquirir conhecimentos diferentes daqueles oferecidos nas universidades de seus países. Essas foram as três principais expectativas manifestadas pelos alunos estrangeiros que chegam neste semestre à UFMG para intercâmbio. Na manhã desta segunda, 6, eles foram recebidos na Escola de Engenharia na abertura da Semana de Orientação do Estudante Internacional, que segue até quarta-feira, 8, com intensa programação de acolhimento.

Paola Martinez, da Colômbia: expectativa de aprender português na UFMG
Paola Martinez, da Colômbia: expectativa de aprender português na UFMG Foto: Foca Lisboa / UFMG

Neste semestre, a UFMG acolhe 93 estudantes de graduação vindos de 16 países: Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Itália, México, Portugal, Inglaterra e Uruguai. O campo das humanidades é o mais procurado, com destaque para os cursos de Letras e de Ciências Sociais. Em seguida, destacam-se as engenharias e cursos das áreas da saúde e de exatas.

Johana Lozano, da Colômbia: planos de crescer profissionalmente com intercâmbio
Johana Lozano, da Colômbia: planos de crescer profissionalmente com intercâmbio Foto: Foca Lisboa / UFMG

A mesa de recepção aos intercambistas foi conduzida por Fábio Alves, diretor de Relações Internacionais da UFMG, acompanhado de Deise Dutra, diretora adjunta, Tarcísio Mauro Vago, pró-reitor de Assuntos Estudantis, e Rodrigo Ednilson, pró-reitor adjunto de Assuntos Estudantis. Fábio Alves ministrou a palestra Vida acadêmica na UFMG, por meio da qual os intercambistas tiveram a oportunidade de tirar suas dúvidas diretamente em sua língua de origem.

Lina Alvarez, da Colômbia: cinco meses conhecendo a cultura do Brasil
Lina Alvarez, da Colômbia: cinco meses conhecendo a cultura do Brasil Foto: Foca Lisboa / UFMG

Abrir mentes

“Minha primeira expectativa é aprender a falar português”, disse a colombiana Paola Martinez, feliz com a acolhida oferecida pela UFMG. Estudante do sexto período de engenharia civil na Universidade Católica da Colômbia, ela já arrisca algumas frases em nosso idioma.

Violette Francoz, da França: intercâmbio como a última etapa antes de formar
Violette Francoz, da França: intercâmbio como a última etapa antes de formar Foto: Foca Lisboa / UFMG

“Quero aprender a cultura para crescer como pessoa”, disse, antes de retomar o seu idioma nativo, para se expressar com mais desenvoltura. “Meu objetivo é adquirir os diferentes conhecimentos oferecidos aqui para aplicá-los em meu país, em minha carreira futura. Quero melhorar como engenheira”, sinalizou.

A também colombiana Johana Lozano contou que chegou ao Brasil há três semanas e, há duas, faz na UFMG o curso de português como língua adicional. “Nós nos conhecemos lá”, disse, apontando para as demais entrevistadas desta matéria.

A princípio, as intercambistas permanecem na Universidade por um semestre. “Eu espero conhecer várias pessoas, a cultura e outras coisas que me ajudem em meu crescimento pessoal e profissional”, disse a estudante da Universidade Industrial de Santander, da Colômbia. Em seu país, Johana cursa engenharia metalúrgica.

Do mesmo país veio Lina Alvarez, estudante de engenharia de produção da Católica da Colômbia. “Devemos ficar cerca de cinco meses no Brasil. Nesse tempo, quero aprender a língua, conhecer a cultura, enriquecer meus conhecimentos, abrir a mente”, disse.

A francesa Violette Francoz, que está no nono período de Engenharia de Minas, faz o intercâmbio como uma de suas últimas atividades antes de se formar.

“Depois devo voltar para a França, mas não sei se fico lá ou se mudo de país. Ainda vou refletir um pouco sobre isso”, disse a aluna do Instituto Politécnico LaSalle Beauvais, na França. “Nessas três semanas, já conheci a Faculdade de Letras e o restaurante. A comida é boa”, disse.

O mundo está aqui
Em suas boas-vindas aos intercambistas, Tarcísio Mauro Vago, pró-reitor de Assuntos Estudantis, pediu que os estudantes explicitassem os seus desejos e necessidades durante a sua estada na UFMG, mas que, ao mesmo tempo, praticassem as suas culturas, de forma a viverem uma experiência de mão dupla. “O mundo está aqui porque vocês estão aqui”, disse.

Rodrigo Ednilson de Jesus, pró-reitor adjunto de Assuntos Estudantis, destacou a grande diversidade e consequente representatividade cultural do grupo de intercambistas deste ano. “Uma das coisas que aprendi já nos primeiros anos do curso de sociologia é que, para observar bem a realidade, é preciso estranhar o natural: ter um olhar de estrangeiro”, disse.

“E vocês têm esse olhar. Portanto, ‘estranhem’ o mundo. Estranhem esta Universidade e nos perguntem sobre as coisas que, para nós, são naturais. Esse olhar de vocês vai nos ajudar a também olhar de outra forma para a nossa realidade, o nosso cotidiano. Assim, a gente aprende junto”, pediu.

Por sua vez, Deise Dutra, diretora adjunta da Diretoria de Relações Internacionais, reafirmou que a DRI está aberta aos intercambistas e fará o que for possível para tornar a sua permanência na UFMG a mais proveitosa possível. “Imagino que essa experiência internacional pode não ser a primeira para muitos de vocês, mas certamente vai ser única”, sinalizou.

Sutilezas da língua
Professor da Faculdade de Letras da UFMG, o diretor de Relações Internacionais, Fábio Alves, saudou os estudantes com uma pequena aula de português. “No Brasil, temos duas expressões semelhantes com a palavra encontro: ‘ir de encontro a’ e ‘ir ao encontro de’. Percebam o movimento que as diferentes preposições sugerem”, iniciou.

Fábio Alves, diretor de Relações Internacionais da UFMG: pequena aula de português como um convite ao encontro
Fábio Alves, diretor de Relações Internacionais da UFMG: pequena aula de português como um convite ao encontro Foto: Foca Lisboa / UFMG

“Ao ir ‘ao encontro de’, eu saio de um ponto e me dirijo na direção de um abraço, disposto também a acolher. Já o ato de ir ‘de encontro a’ diz de um embate, uma oposição.” Paralelamente à explicação de Fábio Alves, o professor Rodrigo Ednilson sinalizava com as mãos a diferença entre os dois tipos de encontro, ora entrelaçando os dedos, numa espécie de abraço entre mãos, ora fazendo com que seus punhos se encontrassem cerrados, impedidos assim de se mesclarem.

“O que quero dizer com isso é que todo encontro pode ser positivo ou negativo: vocês podem vir ao encontro da UFMG e podem vir de encontro à UFMG”, disse Alves, lembrando que o estranhamento muitas vezes nos leva a rejeitar o novo. “Contudo, nós, de nossa perspectiva [institucional], estamos indo ‘ao encontro’ de vocês. Queremos muito que vocês também venham ao nosso encontro”, concluiu.

Os alunos que não puderem participar dos eventos da Semana de Orientação do Estudante Internacional serão assistidos pelos setores de Acolhimento e de Mobilidades em Rede da DRI. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail acolhimento@dri.ufmg.br ou pelo telefone (31) 3409-4591.