Reunião da SBPC tem mesas sobre ensino de ciências e cortes no orçamento
Professores da UFMG discutem impacto dos cortes nas Humanidades e renovação do modelo de educação básica brasileiro
![Divulgação / SBPC Ildeu de Castro Moreira, presidente da SBPC](https://ufmg.br/thumbor/AZtwJ8jVsrk_C8y1P_zz3hcZW7s=/0x0:1926x1284/712x474/https://ufmg.br/storage/5/8/6/7/58671a32255bc8689a68855a0ed8d2d0_15326934983733_1175486992.jpg)
![Foto: Foca Lisboa / UFMG Eduardo Mórtimer, professor Faculdade de Educação](https://ufmg.br/thumbor/mwoV4iZlpbKCVbAF2xPZ4XlvUa0=/0x0:1897x2906/352x540/https://ufmg.br/storage/e/8/b/7/e8b78f9dd175a7141eea23efcc6ae52c_15326329121742_1907459555.jpg)
As recentes mudanças vividas pelo ensino de ciências no Brasil – reestruturação do Ensino Médio, criação da nova Base Nacional Comum Curricular – e os cortes infligidos à área de ciência e tecnologia do país tematizam as discussões de duas mesas-redondas na tarde de hoje, quinta-feira, 26, na 70ª Reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que está sendo realizada em Maceió, Alagoas.
Eduardo Mórtimer, professor Faculdade de Educação (FaE) da UFMG que integra a mesa O Ensino da Ciência no Brasil: para onde vamos?, defende que o modelo atual da educação básica brasileira é falho, e demanda renovação. De fato, segundo o Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (Pisa), que mensura o desempenho de alunos, o Brasil ocupa o penúltimo lugar entre 40 países, no que diz respeito à qualidade da educação básica.
Em reportagem da Rádio UFMG Educativa, Eduardo Mórtimer fala sobre essas mudanças vividas pela educação brasileira e seus possíveis impactos no ensino de ciência no país:
![Foto: Foca Lisboa / UFMG Luciano Mendes, professor da FaE](https://ufmg.br/thumbor/HF1fjb-3zb9U7seXhpH69UZyP-0=/26x15:1981x3009/352x540/https://ufmg.br/storage/c/a/6/d/ca6d4037d8d4d49c15fb0ef64735f41a_1532633029193_930189506.jpg)
Cortes afetam Humanidades
Seguindo a tendência dos últimos anos, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) sofreu um novo corte – desta vez, de 44% – em seu orçamento previsto para este ano. De acordo com Luciano Mendes, professor da Faculdade de Educação (FaE), as Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas (CHSSA) são as que mais sofrem com essa queda nos investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação.
Isso ocorre, defende Luciano, em razão de uma espécie de desprestígio de que gozam as CHSSA dentro do campo das ciências, em geral. Ilustra essa ideia o fato de que, em 2014, último ano em que os dados foram disponibilizados, menos de 20% do investimento em bolsas de pós-graduação por parte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) foram destinados às CHSSA.
Luciano lembra o caráter estratégico das CHSSA, na medida em que, dada a sua qualidade reflexiva, elas são responsáveis por analisar e valorar, por exemplo, as implicações éticas dos avanços alcançados em outras áreas. Nesse sentido, defende o professor da FaE, é preciso que as CHSSA se atentem para o cenário de cortes e para a própria imagem que detêm dentro do âmbito amplo das ciências, de forma a pensar alternativas para combater essa redução de espaço e verba.
Luciano Mendes participa da mesa-redonda A situação atual da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil e seus Reflexos para as CHSSA, que ocorre durante a 70º da Reunião anual da SBPC, em uma parceria com o Fórum de Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas (FCHSSA), do qual Mendes é coordenador. Em reportagem da Rádio UFMG Educativa, Luciano discute a forma subalterna como essas áreas são tratadas no plano amplo das ciências no Brasil: