Equipe que obteve ácido anticarcinogênico do rejeito do café vence desafio de bioeconomia
Competição internacional integra as atividades da Semana do Conhecimento
A obtenção do ácido hidroxinâmico – substância com propriedades antioxidante, anticarcinogênica e anti-inflamatória – do rejeito do café foi o projeto vencedor da segunda edição da Biobased Battle, competição internacional de bioeconomia que integra as atividades da Semana do Conhecimento.
O trabalho envolveu dois estudantes da UFMG, Carolina Rettore, do curso de Engenharia Química, e Gabriel Jacintho, de Química Tecnológica, além dos holandeses Thijs Van Der Wiel e Stijin Van Hout e o espanhol Rafael Peris, matriculados na Universidade de Ciências Aplicadas Avans Hogeschool, da Holanda. O desafio, que envolveu 38 alunos distribuídos em nove equipes, foi realizado nesta semana pela UFMG em parceria com a instituição da Holanda.
Largamente usado nas indústrias farmacêutica e cosmética, o ácido hidroxinâmico custa em média oito dólares o grama quando obtido em processo de síntese. Esse valor cai para apenas um real o grama quando o rejeito do café, por meio de extração, é usado como matéria-prima. “É uma descoberta que precisa ser analisada, mas a consideramos muito promissora. Vamos investir em estudos mais detalhados”, afirma Carolina Rettore.
O rejeito responde por 40% do peso de uma saca de café. Encontrar soluções para aproveitá-lo foi o desafio lançado nesta edição do Biobased Battle. De acordo com o Ministério da Agricultura, o Brasil é maior produtor e exportador de café do mundo, com uma safra que em 2015 alcançou 43,24 milhões de sacas de 60 quilogramas do produto beneficiado.
“A partir do momento que unimos duas universidades de ponta para a solução de desafios, damos a nossa contribuição tanto para a academia, com a formação dos estudantes, quando para a sociedade, ao propor soluções para os problemas que ela enfrenta", avalia o diretor da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), professor Gilberto Medeiros.