Pesquisa e Inovação

Faculdade de Medicina promove primeiro congresso nacional sobre a covid-19

Ao longo da próxima semana, eventos vão reunir cientistas do Brasil e do exterior; programação é destinada também ao público geral

Atividades vão tratar de evidências científicas para o combate ao Sars-CoV-2
Atividades vão tratar de evidências científicas para o combate ao Sars-CoV-2 Fusion Medical Animation

A Faculdade de Medicina da UFMG abre na próxima segunda-feira, 3 de maio, o primeiro conjunto de eventos científicos sobre covid-19 em nível nacional no Brasil. A programação inclui o 1º Congresso Brasileiro de Evidências Clínicas na Covid-19 – que vai de 3 a 6 de maio – e dois simpósios no dia 7 de maio. As inscrições são gratuitas, e poderão participar profissionais de saúde, alunos de graduação, pós-graduação e público geral.

A covid-19 será abordada por diversos aspectos: prevenção, tratamento, vacinas, sequelas, impactos na saúde mental e efeitos indiretos (como aumento da violência contra mulher), entre outros. A programação terá palestrantes das regiões Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil e pesquisadores de universidades estrangeiras, como as britânicas Oxford e Bristol.

Sandra Almeida:
Sandra Almeida: atualização imprescindívelFoca Lisboa | UFMG

A reitora Sandra Regina Goulart Almeida lembra que a iniciativa é mais uma amostra do pioneirismo da instituição. “A UFMG saiu na frente e direcionou seus esforços no enfrentamento da covid-19 desde março de 2020, antes mesmo do reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que a doença causada pelo novo coronavírus se configurava como uma pandemia”, afirma.

De acordo com Sandra, “mais do que nunca, é fundamental promover discussões sobre o conhecimento desenvolvido nesse período, as evidências científicas e as recentes pesquisas sobre as complicações provocadas pelo Sars-Cov-2”. Ela destaca que muitas pesquisas vêm sendo capitaneadas ou realizadas com participação da UFMG, e o evento tem “a função imprescindível de atualizar profissionais de saúde, docentes, pesquisadores e estudantes e tornar mais acessível o que a ciência tem descoberto sobre o Sars-CoV-2 e a covid 19”.

A reitora salienta que a UFMG desenvolve mais de 200 pesquisas e atividades de extensão e amplo trabalho de informação e divulgação sobre o novo coronavírus. Ela lembra também a atuação no diagnóstico da doença (a Universidade responde por cerca de 30% dos testes para identificação da covid-19 no estado), no desenvolvimento de vacinas e medicamentos. “Um dos sete projetos de imunizantes da UFMG está entre os três em estágio mais avançado no Brasil. São mais de 100 docentes-pesquisadores e mais de 400 profissionais, técnicos, pesquisadores com pós-doutorado, estudantes de pós-graduação e de graduação envolvidos com essas pesquisas”, ela completa.

Humberto Alves:
Humberto Alves: aproximação dos atoresFaculdade de Medicina da UFMG

O diretor da Faculdade, professor Humberto José Alves, ressalta a oportunidade da iniciativa. “Estamos em um momento crítico, e esse tipo de evento tem a capacidade de aproximar os diversos atores, ou seja, cientistas, estudantes e a população leiga. Nossa expectativa é avançar nas discussões de temas fundamentais que a ciência vem iluminando”, afirma.

Manejo de pacientes
Na abertura, dia 3 de maio, a professora Trish Greenhalgh, da Universidade de Oxford, falará sobre o manejo de pacientes com sintomas persistentes após a covid-19. Reconhecida internacionalmente na área de atenção primária à saúde, Greenhalgh também tem passagens pela University College London e pela Queen Mary University of London.

A professora Milena Marcolino, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, que organiza o evento, defende que a atualização de profissionais pode andar ao lado da disseminação de informações de qualidade para a população. “Há muita informação disponível na internet, e o nosso objetivo é levar informações de confiança para um público amplo”, ela diz. Milena ressalta que, um ano após o início da crise sanitária, a ciência já abarca parte importante do manejo. “A ciência avançou bastante, mas ainda há lacunas de conhecimento em relação ao melhor tratamento para reduzir mortalidade, à efetividade de vacinas, à duração da imunidade adquirida e aos pacientes com sintomas persistentes pós-covid", pondera. 

Trisha Greenhalgh, da Universidade de Oxford, vai abrir o evento
Trisha Greenhalgh, da Universidade de Oxford, vai abrir o evento medicinanarrativa.eu

Estudantes e pesquisadores voluntários integram a equipe de organização do evento, que teve origem na pesquisa Registro hospitalar multicêntrico nacional de pacientes com covid-19, financiada pela Fapemig, em que 37 hospitais colaboram na produção de evidências clínicas. A UFMG e o Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (Iats) apoiam a realização do congresso. Os três eventos já receberam mais de 13 mil inscrições.

A programação está no site do evento, e atualizações são registradas no perfil do congresso no Instagram.

As atividades exigem inscrição e serão transmitidas no canal da Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC) da UFMG no YouTube, com tradução para Libras. A organização busca parcerias para o financiamento da tradução simultânea das palestras em inglês.

Simpósios
Na mesma iniciativa, dois simpósios terão apresentações de estudantes e debates sobre mitos e verdades sobre a doença. Eles encerram a semana do evento, no dia 7 de maio.

O simpósio Mitos e verdades sobre a covid-19 é destinado à população. Aspectos importantes da pandemia serão apresentados em linguagem acessível. Das 18h30 às 21h30, serão abordados temas como reconhecimento de fake news, vacinação, máscaras e o chamado “kit covid”, composto de medicamentos sem eficácia comprovada recomendados por políticos e médicos.

Estudantes dos cursos da área da saúde farão apresentações no Simpósio Acadêmico de Evidências na Covid-19. Das 14h às 18h, haverá palestras sobre atuação dos acadêmicos e sobre projetos de pesquisa acerca de assuntos como estratégias para diagnóstico laboratorial, tratamento, papel dos estudantes e mundo pós-covid.

Com Centro de Comunicação da Faculdade de Medicina