Pesquisa e Inovação

Geneticista dinamarquês pesquisa em Lagoa Santa em parceria com a UFMG

Eske Willerslev coleta amostras em sítios visitados pelo conterrâneo Peter Lund, no século 19

Eske Willerslev vai também ao Museu Nacional da UFRJ coletar amostras de Luzia
Eske Willerslev vai também ao Museu Nacional da UFRJ coletar amostras de Luzia Colourbox / divulgação

O geneticista e pesquisador dinamarquês Eske Willerslev, diretor do Centro de Excelência em GeoGenética, do Museu de História Natural da Universidade de Copenhagen, está em visita à região de Lagoa Santa, nesta semana. Ele está acompanhado do professor Luiz Souza, do Laboratório de Ciências da Conservação (Lacicor), vinculado à Escola de Belas Artes da UFMG (EBA). O objetivo central é explorar sítios da região onde o naturalista também dinamarquês Peter Lund desenvolveu seus trabalhos no século 19.

Willerslev está interessado em prospectar novas atividades de colaboração entre o Brasil e a Dinamarca, no âmbito da preservação do patrimônio cultural, com foco na região de Lagoa Santa e nos trabalhos desenvolvidos por Peter Lund. “Também pretendemos retomar antigo convênio que une a UFMG e o Museu de História Natural da Dinamarca”, anuncia Luiz Souza.

O geneticista, que esteve recentemente na UFMG para conferência sobre povoamento das Américas, tem a companhia de membros de sua equipe de pesquisa e de uma equipe de filmagem que documenta todas as experiências do pesquisador ao redor do mundo.

“A vinda de Willerslev é muito importante, pois ele vai coletar amostras para análises, incluindo o crânio de Luzia [mulher cujo esqueleto foi encontrado em Lagoa Santa e datado de 11,5 mil anos atrás], no Museu Nacional no Rio de Janeiro”, explica Luiz Souza. O professor da UFMG visitou recentemente o Museu de História Natural da Universidade de Copenhagen, em companhia de Willerslev.

“Ele e eu ficamos impressionados com a quantidade de material enviado por Lund e com a quantidade de caixas que sequer foram abertas para pesquisa. O propósito de Willerslev é reavaliar esse material e as reais possibilidades de trabalhos em colaboração, bem como a possível organização de uma grande exposição, que poderia ocorrer no Brasil e na Dinamarca”, diz Souza.