Coberturas especiais

ICA sedia abertura da 6ª Semana de Saúde Mental

Dirigentes analisaram os esforços da UFMG para enfrentar e prevenir casos de sofrimento

Leonardo Felix, Leonardo Tuffi, Claudia Myorga e Paulo Nascimento na abertura do evento em Montes Claros
Leonardo Felix, Leonardo Tuffi, Claudia Mayorga e Paulo Nascimento na abertura do evento no ICAAmanda Lelis / Cedecom Montes Claros

O campus regional da UFMG em Montes Claros sediou, na noite de segunda-feira, 14, a abertura oficial da 6ª Semana de Saúde Mental. Cerca de 300 pessoas compareceram ao auditório do Bloco C, em que foi apresentado o histórico de ações da Universidade para prevenção e enfrentamento dos casos de sofrimento mental. 

Representando a reitora Sandra Goulart Almeida, a pró-reitora de Extensão, Claudia Mayorga, destacou os esforços da universidade a partir da criação da Rede de Saúde Mental, em 2014, quando passou a desenvolver um conjunto de reuniões e estabelecer agenda de trabalho continuada e interdisciplinar em torno do tema. “O espaço privilegiado de reflexão, de debates e trocas de experiências que a Rede têm promovido são as sucessivas edições da Semana da Saúde Mental e Inclusão social, espaço em que pesquisadores e pesquisadoras, ativistas, pessoas vinculadas aos serviços e políticas de saúde estão reunidos”, disse.

Claudia Mayorga ressaltou que os desafios enfrentados pela UFMG em relação ao tema também preocupam outras universidades ao redor do mundo e que a Federal Mineira tem sido pioneira em propor um conjunto de ações de prevenção e enfrentamento de casos. “Os dados de sofrimento mental nas universidades europeias, canadenses, norte-americanas e também brasileiras indicam que não se trata de um fenômeno novo. É algo que tem ganhado visibilidade nos últimos anos. Avalio que parte da comunidade da UFMG acolheu esse tema, estudantes começaram a desenvolver atividades, rodas de reflexões, redes de apoio mútuo. A UFMG talvez tenha sido uma das pioneiras no país em propor diretrizes para uma Política de Saúde Mental para sua comunidade”, disse. 

Empenho local
O coordenador de Saúde Mental do município de Montes Claros, Leonardo Felix de Oliveira, falou sobre particularidades locais. Segundo ele, Montes Claros tem o segundo entroncamento rodoviário do Brasil. “Em função disso, recebemos uma população flutuante de 15 mil pessoas por mês. Perdemos muito da capacidade de produção rural e estamos recebendo gente das zonas rurais do entorno, sem tanta estrutura para tal. Nossa rede de saúde mental ainda é frágil, estamos tentando nos fortalecer”, comentou.

O pró-reitor adjunto de Extensão, Paulo Sérgio Nascimento Lopes, que também é professor do ICA, analisou as iniciativas do campus Montes Claros sobre a temática, como a Comissão de Saúde Mental, que conta com a participação de servidores docentes, técnico-administrativos e alunos, o serviço de psicologia da Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump), que acolhe e atende aos estudantes assistidos, e o Programa de Inclusão, Acolhimento e Convívio do ICA (Pro-ICA), que reúne três projetos de atendimento a alunos e servidores da instituição.

Paulo Nascimento reforçou que, embora existam ações que já geram bons resultados na Universidade, é necessário avançar mais e ampliar a sensibilização e participação de toda a  comunidade acadêmica em torno do tema. “É preciso entender com mais profundidade os casos de sofrimento mental da comunidade acadêmica e, ao mesmo tempo, construir estratégias preventivas capazes de impedir a ocorrência de casos extremos de urgência e emergência. É fundamental o envolvimento dos docentes, técnico-administrativos, colegiados de graduação e pós-graduação, considerando que todos têm muito a dizer sobre a sua realidade e contribuir para identificar e difundir boas práticas que se materializem em políticas futuras de prevenção ao sofrimento mental", defendeu.

O diretor do ICA, Leonardo David Tuffi Santos, também enfatizou a importância do trabalho colaborativo e aberto ao diálogo. “O diálogo talvez seja a palavra central quando falamos sobre saúde mental e bem-estar social. Ouvir e também falar. Precisamos cultivar boas relações e, para isso, elas precisam ser horizontais, com respeito às diferenças”, defendeu o diretor.

A Semana da Saúde Mental prossegue até sexta-feira, dia 18, com atividades nos campi de Belo Horizonte e de Montes Claros. Veja a programação.

Cerca de 300 pessoas acompanharam a abertura no auditório do Bloco C
Cerca de 300 pessoas acompanharam a abertura no auditório do Bloco C Amanda Lelis / Cedecom Montes Claros

Amanda Lelis / Cedecom Montes Claros