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Morre a professora emérita Guiomar Goulart Azevedo, do IGC

Primeira mulher a dirigir o Instituto, ela conduziu a criação do curso de Geologia e uma reforma do curso de Geografia

Guiomar Azevedo com ex-diretores em 1998, na celebração dos 30 anos de criação do IGC
Guiomar Azevedo com ex-diretores em 1998, na celebração dos 30 anos de criação do IGC Acervo IGC-UFMG

Morreu ontem (quinta, 24), em Belo Horizonte, a professora emérita Guiomar Goulart Azevedo, ex-diretora do Instituto de Geociências (IGC). O sepultamento será hoje, em Itajubá (MG), cidade natal de Guiomar. Ela tinha 93 anos e sofria do Mal de Alzheimer.

Graduada na UFMG, na década de 1950, quando o curso de geografia era vinculado, assim como o de História, à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), Guiomar Azevedo foi a primeira mulher a dirigir o IGC – de 1973 a 1978 –, teve papel importante na mudança da Rua Carangola, onde ficava a Fafich, para o campus Pampulha e conduziu a criação do curso e do departamento de Geologia, em 1973.

A professora Cristina Augustin, que foi aluna e colega de Guiomar, lembra que, para a consolidação da área de geologia na UFMG, ela trouxe a Belo Horizonte pesquisadores e professores brasileiros e estrangeiros, alguns dos quais acabariam permanecendo na Universidade. “Ela trabalhou, com ajuda de muitas pessoas, para implantar um curso que não poderia ser apenas mais um, mas deveria já começar com a qualidade das melhores formações”, afirma Cristina, também ex-diretora do IGC. Ela menciona também a participação central de Guiomar na reestruturação do curso de Geografia, no início da década de 1970, e destaca a capacidade da professora emérita “de transformar ideias em ações, sempre com bons resultados”.

Guiomar Goulart Azevedo publicou livros didáticos e é referência nacional quando se trata do ensino de geografia na educação básica, como salienta a professora Vilma Macagnan Carvalho, atual diretora do Instituto de Geociências. O docente aposentado Marcos Roberto Ribeiro, que conheceu Guiomar ainda antes de chegar à UFMG, em 1968 – ano de criação do IGC, como parte da reforma universitária –, destaca, por sua vez, a "liderança inconteste" da professora emérita e sua atuação intensa nos órgãos superiores da Universidade. “Ela cultivou ótimos relacionamentos, era afável e sempre presente”, diz o colega e amigo. Ele conta que, depois de aposentada, Guiomar dedicou-se principalmente a atualizar seus livros.

Itamar Rigueira Jr.