Política de 'fogo zero' pode ser prejudicial para ecossistemas
Combate imediato das chamas pode acarretar em problemas no futuro, aponta pesquisa da UFMG
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Só neste ano em Minas Gerais já foram registrados cerca de 9 mil focos de incêndio. Diante de um cenário que se repete ano após ano, pesquisa desenvolvida na UFMG sugere que é preciso repensar as políticas de manejo do fogo nas unidades de conservação do Cerrado. A política adotada hoje é chamada de "fogo zero", que tenta manter os focos de incêndio longe dos ecossistemas. No entanto, o combate imediato das chamas pode acarretar em problemas no futuro.
"O fogo é um processo natural dentro do Cerrado. Suprimir o fogo significa excluir centenas de espécies e provocar o desequilíbrio desse ecossistema. Ao suprimir o fogo, a vegetação vai se acumular ao longo do tempo. E aí, quando o fogo voltar, ele será mais intenso e difícil de ser controlado", afirma Eugênia Kelly Batista, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre
O estudo utilizou como exemplo o que ocorre no Parque Nacional da Serra da Canastra, no sudoeste de Minas, área que tem sido atingida por incêndios constantemente. A pesquisa foi publicada no Journal of Environmental Management e é parte da tese de doutorado que está sendo desenvolvida pela pesquisadora.
Reportagem veiculada no Jornal UFMG desta terça-feira, 31 de outubro de 2017.