Pesquisa e Inovação

Revista Caligrama terá edição dedicada à escritora Maria José de Queiroz

Manuscritos a serem submetidos à publicação da Fale deverão versar sobre a obra ensaística, romanesca, poética e contística da autora

Fotografia da escritora mineira Maria José de Queiroz
A escritora mineira Maria José de Queiroz, cuja obra será tema de dossiê da revista CaligramaFoto: Wikipedia Creative Commons | CC BY-SA 3.0

Edição especial de Caligrama: Revista de Estudos Românicos (Qualis A4), da Faculdade de Letras, está com chamada aberta para a submissão de manuscritos dedicados à escritora, ensaísta e professora Maria José de Queiroz, que morreu em novembro do ano passado, aos 89 anos. Os autores devem preparar seus manuscritos de acordo com as diretrizes do periódico e enviá-los, até 30 de abril de 2025, por meio de sistema on-line.

A edição especial de Caligrama receberá trabalhos sobre a obra ensaística, romanesca, poética e contística de Maria José de Queiroz. Também estão no horizonte da chamada textos sobre temas caros a ela, como a comida e a literatura, a literatura do exílio e do cárcere e as literaturas das Américas. Todas as submissões estão sujeitas à dupla avaliação cega por pares. Serão aceitas contribuições em português, espanhol, francês e italiano.

Artesã da palavra
Nascida em Belo Horizonte, Minas Gerais, no dia 29 de maio de 1934, Maria José de Queiroz foi, aos 26 anos, a mais jovem professora catedrática do país. Com longa e importante carreira internacional, atuou como visiting professor em universidades da Europa (Sorbonne, Lille, Bonn e Colônia) e dos Estados Unidos (Indiana, Harvard e Berkeley).

Desde 1953, colaborou em jornais de Minas Gerais e escreveu para periódicos, inclusive o francês Le Monde. Em 1961, publicou o primeiro de seus ensaios sobre literatura, A poesia de Juana de Ibarbourou, fruto de sua tese de livre docência. Seu romance Joaquina, filha do Tiradentes chegou à quinta edição e inspirou a minissérie Liberdade, liberdade, de 2016. Em 2019, foi homenageada pelos 50 anos de sua eleição para a Academia Mineira de Letras, onde ocupou a cadeira 40 e foi sucedida por Conceição Evaristo.

De estilo único e sofisticado, Maria José de Queiroz é uma das escritoras brasileiras perfiladas pelo rótulo, às vezes pouco lisonjeiro, de erudita. A crítica feita a sua obra ressalta as qualidades do estilo e da prática da língua, como salientou Pedro Nava, definindo-a como artista e artesã da palavra pela sua perícia em “catar, separar, escolher a palavra adequada, o verbete justo, a expressão insubstituível".

A publicação
Caligrama: Revista de Estudos Românicos é quadrimestral, com avaliação de pares e mantida pela Faculdade de Letras da UFMG desde 1981. Sua missão é fomentar a produção científica na área de línguas e literaturas românicas, possibilitando que pesquisadores do Brasil e do exterior divulguem suas pesquisas e contribuam para o debate e o progresso científico na área. A publicação é um dos raros periódicos brasileiros voltados estritamente para o domínio românico. Caligrama recebe artigos em fluxo contínuo nas áreas de estudos linguísticos e literários.