Software é 'treinado' para identificar ações humanas em filmagens
Programa desenvolvido pelo DCC gera patente em parceria com a Samsung
Um programa que interpreta os movimentos corporais das pessoas, levando em conta os objetos e todo o contexto ao redor, criado por pesquisadores do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG, pode transformar a concepção de sistemas de segurança e ser o precedente para o desenvolvimento de smart homes – casas equipadas com dispositivos que executam várias ações automaticamente, a fim de facilitar a rotina dos moradores.
O novo mecanismo possibilita que a inteligência artificial aprenda a modelar, temporal e espacialmente, a interação com o ser humano. “Ações realizadas diante do espelho do banheiro, como escovar os dentes, podem ser identificadas com base no movimento das mãos e na presença da escova”, afirma Victor Hugo Cunha de Melo, doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação e um dos autores da patente.
O trabalho desenvolvido no laboratório Smart Sense Lab, vinculado ao DCC, resultou em software que deve ser associado a um dispositivo que captura vídeos – desde uma simples câmera de celular até um complexo circuito de filmagens de um condomínio. “O algoritmo detecta conceitos de contexto nos vídeos. Uma rede neural, devidamente ‘treinada’, extrai relações espaciais e temporais entre pessoas e objetos, e, assim, decifra a ação”, detalha.
Esse ‘treinamento’ ocorre mediante a apresentação, para o software, de centenas de vídeos com ações para as quais se deseja configurar correspondências.
O trabalho foi abordado na edição 2087 do Boletim UFMG.