UFMG oferece contribuições à indústria farmacêutica instalada em Montes Claros
Com a presença da reitora Sandra Goulart Almeida, encontro na quinta, 20, serviu para reforçar a parceria entre a Universidade, o poder público e as empresas

Contribuições dos laboratórios da Faculdade de Farmácia da UFMG, abertura de cursos de curta duração, como o de formação de mão de obra industrial, e outras iniciativas de efeito mais ou menos imediato foram projetadas em evento que reuniu ontem (quinta, 20 de março) representantes da indústria farmacêutica de Montes Claros, a reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, e o vice-reitor, Alessandro Fernandes Moreira.
Também participaram o prefeito de Montes Claros, Guilherme Guimarães, o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, regional Norte, Adauto Marques, o diretor do campus regional de Montes Claros, Hélder dos Anjos Augusto, e a diretora da Faculdade de Farmácia, Ana Paula Mota.
“Estamos aqui para pensar em tudo o que podemos fazer melhor juntos”, afirmou Sandra Goulart. “Há diversas demandas pontuais que somos capazes de atender porque podemos abrir cursos aqui em Montes Claros ou lançar mão da expertise das formações sediadas em Belo Horizonte.”
A reitora se comprometeu com a elaboração de projetos voltados para a região, ao celebrar o momento de diálogo com representantes da indústria e da comunidade local. “Queremos fazer crescer nosso campus em Montes Claros e, para isso, devemos estar em sintonia com as demandas da região, que é importantíssima para o país e para a UFMG”, afirmou.
Adauto Marques destacou o papel de Montes Claros como um dos principais polos farmacêuticos do país. “A cidade era conhecida como um cemitério de indústrias. A Fiemg investiu junto com as universidades e o poder público, e hoje temos aqui empresas de altíssima tecnologia, com pesquisa e desenvolvimento de excelência”, ele disse.
O prefeito Guilherme Guimarães ressaltou a importância da qualificação da mão de obra local para atender às demandas do mercado e também gerar renda para a região. “Com relação às indústrias aqui instaladas, uma de nossas preocupações é que se trate não apenas da utilização do espaço físico, mas da geração de mais riqueza para a região. E gerar riqueza é gerar conhecimento, tecnologia. A UFMG tem um campus de potencial enorme em Montes Claros.”
Demandas
Estiveram presentes a diretora industrial da Eurofarma, Priscila Garrey, com o gerente de engenharia da empresa, Leandro Pinto; a diretora de Gente da Hipolabor, Larissa Pereira, com a diretora de qualidade da empresa, Fabiana Tavares; o controlador Vetbras, Rafael Silva, e o representante do laboratório Cristália, Michael Alcântara. O diretor estratégico de assuntos de infraestrutura da Associação Comercial e Industrial de Montes Claros (ACI), Marcos Fábio Martins, também participou.
Os representantes das farmacêuticas destacaram a dificuldade de encontrar mão de obra na região, o que exige muitas vezes recorrer a profissionais de outras partes do país. Segundo eles, há carência de trabalhadores da construção civil – como mestres de obras, serralheiros e carpinteiros – e também de profissionais de nível técnico e superior, incluindo pós-graduados.
A professora Flávia Mota apresentou possíveis contribuições na sua área. “A UFMG tem uma das duas melhores faculdades de Farmácia do país, e estamos colocando nossa produção intelectual à disposição. Temos muitos laboratórios institucionais que prestam serviços para a comunidade. Esperamos poder contribuir para o desenvolvimento de Montes Claros e do Norte de Minas. Quem sabe a UFMG não abre um curso de Farmácia no campus de Montes Claros”, ela considerou.
Outra possibilidade seria a implantação, na cidade, de formações de curta duração como o Curso Intensivo de Preparação de Mão de Obra Industrial (Cipmoi), projeto de extensão da Escola de Engenharia da UFMG. Alessandro Moreira esclareceu que o curso, criado em 1957, forma mestres de obras, eletricistas prediais de baixa tensão, desenhistas cadistas para a construção civil e tecnólogos em soldagem.
Caminho mais curto
“Não há como pensar no desenvolvimento de Montes Claros sem passar pelo desenvolvimento da região. Agora, vemos ficar mais curto o caminho entre a Universidade e a indústria, e nesse caminho estarão milhares de jovens ansiosos por empregos de boa remuneração”, analisou Adauto Marques.
Guilherme Guimarães ressaltou a importância da UFMG na pesquisa, na formação de pessoas e na geração de empregos em Montes Claros. “Eu vejo com muita alegria a UFMG, de forma inovadora, contribuir para um grande projeto voltado para o trabalho e o desenvolvimento. A Universidade mostra mais uma vez que é parte do desenvolvimento da cidade e do Norte de Minas”, salientou.
O diretor Hélder Augusto demonstrou entusiasmo com a ideia de ampliação das atividades do campus regional Montes Claros, uma “janela de oportunidades” para a unidade acadêmica. “Estamos deixando a visão direcionada apenas para as Ciências Agrárias. Vamos avançar na oferta de cursos, potencializar a nossa estrutura, mas também canalizar todo o esforço do nosso campus para o contexto regional. O campus da UFMG em Montes Claros vai dar um salto qualitativo”, comemorou.