Extensão

Conversa sobre música, dança e arte fecha UFMG Talks em 2019

Mauricio Loureiro, da Escola de Música, e Mônica Ribeiro, da Escola de Belas Artes, são os convidados

Dança
Reflexão sobre a arte em movimento encerra temporada da série em 2019
Foca Lisboa / UFMG

Na próxima quarta, 4, será realizada a sétima e última edição do UFMG Talks em 2019. O tema em pauta, Música e dança: arte em movimento, reunirá os professores Mauricio Loureiro, do Departamento de Instrumentos e Canto da Escola de Música, e Mônica Ribeiro, do Departamento de Artes Cênicas da Escola de Belas Artes (EBA). Na edição de dezembro, os professores vão mostrar como, por ressonâncias corporais no espaço e no tempo, músico, desenhista, dançarino e espectador comunicam suas artes.

A conversa começa às 19h, no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte (CCBB-BH), localizado na Praça da Liberdade. A entrada é gratuita, e os ingressos serão distribuídos no mesmo dia, a partir das 18h, na bilheteria.

Música e o movimento
Considerando que a música traz sempre consigo a ideia de movimento, Maurício Loureiro argumenta que os ritmos dos sons despertam a sensação de velocidade e direção. “É ela que impede o músico de tocar sem se mover", explica Loureiro.

Mauricio Loureiro: música e a ideia de movimento
Mauricio Loureiro: música e o movimento corporalFoca Lisboa / UFMG

Em sua fala, o professor abordará o movimento inerente à música, mostrando como ele é exibido em filmes, além de seu trabalho de pesquisa, que explora como o músico não consegue tocar sem mexer o corpo. “Grande parte do movimento corporal do músico é involuntário, mas está intimamente ligado àquilo que sente e quer expressar quando toca”, exemplifica.

Professor da Escola de Música da UFMG, Mauricio Loureiro dedica suas pesquisas à Sonologia, atuando, principalmente, nas áreas de performance musical, clarineta, acústica musical e análise empírica da performance musical. É graduado em Engenharia Aeronáutica pelo ITA (1976) e em Música com habilitação em Clarineta pela Albert-Ludwigs Universität Freiburg, na Alemanha (1983). Concluiu o mestrado (1989) e o doutorado (1991) em Música pela University of Iowa (EUA). Foi professor da Unesp (1984-1992), assistente de primeira clarineta da Osesp (1985-1987) e diretor do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (IEAT) da UFMG (2009- 2014).

Mônica Ribeiro: desenho do movimento
Mônica Ribeiro: desenho do movimento Foca Lisboa / UFMG


Movimento em desenhos
A professora Mônica Ribeiro discorrerá sobre pesquisas relacionadas ao corpo em movimento na dança e nas artes cênicas. Sua abordagem será centrada na relação entre o ato de dançar e o registro desse movimento em desenhos. Em alguns processos criativos, diretores teatrais e coreógrafos desenham os movimentos que estão sendo improvisados pelos artistas em um caderno, chamado diário de bordo. “Observei esses desenhos para criar novas artes coreográficas e assim fiz um estudo da recepção de imagens que resultam na invenção de novos movimentos”, explica. Sua fala também abordará alguns elementos das ciências cognitivas em relação ao campo artístico.

“Quando esse tipo de pesquisa é contemplada, a Universidade está reiterando a arte como campo de conhecimento, com suas diversidades epistemológicas. Isso é totalmente condizente com o projeto da UFMG de valorização da transversalidade de saberes na produção de conhecimentos", diz Mônica Ribeiro. 

Ao fim da apresentação, o artista da Cia. Suspensa, Lourenço Marques, estudante do programa de Pós-graduação em Artes, fará uma breve improvisação com base em imagens desenhadas. Formado em Educação Física pela UFMG, Lourenço é codiretor da Companhia Suspensa e cogestor do Centro de Arte Suspensa e Armatrux (C.A.S.A.). Ele pesquisa as relações entre dança e circo, com ênfase na movimentação aérea.

Atriz, dançarina, preparadora corporal e diretora, Mônica Ribeiro é professora do Departamento de Artes Cênicas da EBA. Fez graduação e mestrado em Letras, doutorado em Artes e especialização em Neurociências e Comportamento, sempre na UFMG. É também especialista em Neuropsicologia pela Fumec. Sua pesquisa enfatiza as práticas corporais cênicas, os processos de criação e as epistemologias das artes. Membro da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-graduação em Artes Cênicas (Abrace), participa como pesquisadora e colíder do Grupo de pesquisa (CNPq) Cria: Artes e Transdisciplinaridade e é coordenadora do Laboratório de Estudos do Corpo nas Artes da Cena (Lecac) e do Programa de Pós-graduação em Artes e diretora adjunta de Ação Cultural da UFMG.

Branded content
Neste ano, o UFMG Talks promoveu bate-papos sobre a identidade do povo brasileiro, nanotecnologia, inteligência artificial, vacinas, fake news e revolução genética. Cada tema foi abordado por dois pesquisadores da Universidade com trabalhos de destaque em suas áreas.

“A ideia é sempre trazer uma questão mais contemporânea para ser discutida e, ao mesmo tempo, mostrar um pouco do que a Universidade faz”, destaca o coordenador executivo do Centro de Comunicação da UFMG (Cedecom) e mediador do evento, Marcílio Lana. Segundo ele, o UFMG Talks reforça a reputação da Universidade, por meio de uma experiência de branded content – criação de conteúdo diretamente relacionado ao universo de uma marca – a partir do que ela produz em termos de conhecimento. “As universidades precisam encontrar formas de dar a conhecer aquilo que fazem e também ser questionadas sobre o porquê dessas pesquisas”, completa.

O professor Eduardo Albuquerque, do Departamento de Ciências Econômicas, participou da terceira edição de evento, que tratou da Inteligência Artificial. “É uma oportunidade de a Universidade mostrar, de formas diferentes, os resultados de pesquisas e dialogar com a comunidade”, destacou. Para Albuquerque, participar do Talks foi “uma experiência rica e desafiadora”.

A professora Geane Alzamora, do Departamento de Comunicação Social, foi uma das convidadas do episódio sobre fake news. “Foi uma grande honra receber o convite, mas, ao mesmo tempo, trata-se de um desafio enorme transmitir as complexas questões científicas em uma fala mais curta e acessível", pondera.

Com duração de 60 minutos, todas as edições do UFMG Talks são disponibilizadas na íntegra no canal da TV UFMG no YouTube e no site da Pró-reitoria de Pesquisa.

2020
No próximo ano, o UFMG Talks retomará sua programação mensal no dia 4 de março, quando receberá os professores Luiz Henrique Rosa, do ICB, e Andres Zarankin, da Fafich, para uma conversa sobre as pesquisas na Antártica.

Samuel Resende