Arte e Cultura

Arte dá visibilidade aos cursos d’água aprisionados pela urbanização

Projeto 'Sobre rios', de professora da EBA, propõe intervenções para sinalizar áreas de Belo Horizonte que tiveram córregos canalizados

Ao retornar a Belo Horizonte em 2006, após concluir mestrado no exterior, a professora Isabela Prado, da Escola de Belas Artes da UFMG, deparou com as obras para cobrir o leito do Ribeirão Arrudas. A situação gerou desconforto e inspirou a artista a criar o projeto Entre rios e ruas. A iniciativa propõe uma reflexão poética sobre a relação entre o natural e o urbano e alerta a população sobre os cursos d’água que circulam sob o centro da cidade.

Ao longo dos anos, Isabela desenvolveu diversas ações e produções artísticas. A mais recente, Sobre o rio, é uma instalação com mais de 230 placas que sinalizam os córregos presentes no perímetro da Avenida do Contorno. Em 2011, o projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea.

A visibilidade que a iniciativa traz aos cursos d’água gera reflexões sobre a coexistência da urbanização e as forças da natureza e desperta questionamentos sobre a eficácia do planejamento urbano de Belo Horizonte. No início do ano, a TV UFMG produziu reportagem sobre enchentes e alagamentos registrados na cidade e a sua relação com a canalização dos rios. Assista aqui.

Entrevistada: Isabela Prado, professora da Escola de Belas Artes
Equipe: João Ameno (produção), Marcia Botelho (edição de imagens) e Jessika Viveiros (edição de conteúdo)