Associação de Saúde Coletiva: 'espalhafato midiático' não ajuda a combater corrupção
A Abrasco junta-se à indignação que tomou conta das Universidades brasileiras com a condução coercitiva do reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jaime Arturo Ramírez, e membros de sua equipe. A Abrasco questiona a violência, determinada por autoridades e praticada pela Polícia Federal, ao conduzir coercitivamente esses dirigentes e outros servidores da UFMG, em uma operação que apura supostos desvios na construção do Memorial da Anistia. Essa medida arbitrária desrespeita a trajetória dessas pessoas e repete práticas de um Estado policial. Para a Abrasco, a UFMG não pode ser uma segunda Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Somente o desrespeito aos direitos civis e a intenção de constranger (até mesmo, silenciar) as Universidades podem explicar a condução coercitiva de cidadãos que não se recusaram a ajudar as investigações. A mobilização de grandes aparatos policiais e o espalhafato midiático não ajudam a combater a corrupção existente em diferentes níveis e escalões do Estado brasileiro. Também deve-se observar a intenção provocadora expressa no nome da operação. Esse não é o caminho para a consolidação de uma sociedade humanista e democrática em nosso país.
Desde o dia da operação, a Abrasco está engajada na defesa da legalidade e tem sido representada por Eli Iola Gurgel Andrade, vice-presidente da Associação e professora da Faculdade de Medicina da UFMG. A Abrasco continuará a engrossar o coro daqueles que estiveram na Reitoria da UFMG e seguirá acompanhando atentamente os rumos dos acontecimentos.
A comunidade da Saúde Coletiva necessita manifestar ativamente a sua solidariedade, sendo parte da resistência democrática e da defesa das Universidades brasileiras.
Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça!