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Até que ponto a liberdade de expressão pode ser usada como justificativa para o racismo?

"Quando a população negra começa a conquistar espaços e contestar privilégios raciais brancos, esse sentimento racista sai do armário", afirma especialista

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Comentários de cunho racista se proliferam em mais de 11 mil páginas na internet e nas redes sociais
Marcos Santos | USP

Isso é serviço de preto!

Você tem cabelo duro sim e não sou racista, só estou exercendo liberdade de expressão!

Preto é uma raça preguiçosa!

Frases como essas infelizmente estão espalhadas em mais de 11 mil paginas na internet, de acordo com a ONG SaferNet. Nas redes sociais, esses comentários ganham proporções gigantescas. Mas até que ponto a liberdade de expressão pode ser usada como justificativa para o crime de racismo?

"Quando a população negra começa a conquistar espaços e contestar privilégios raciais brancos, esse sentimento racista sai do armário, começa a aparecer com mais força e as redes sociais potencializam isso", afirma Dennis de Oliveira, professor do Departamento de Jornalismo da USP e coordenador da rede Quilombação.

Na avaliação do vice-diretor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ e coordenador do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa, João Feres Júnior, a falsa sensação de segurança que o ambiente da internet produz acaba potencializado esses comentários racistas, justamente pela sensação de impunidade. "Nas redes sociais, o custo de agredir alguém é muito pequeno, você está protegido pela distância e o anonimato", explica.

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Reportagem veiculada no Jornal UFMG desta segunda-feira, 20 de novembro de 2017.

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