Internacional

UFMG recebe criador do principal método de geodesign

Em dezembro, Carl Steinitz ministrará conferência e seminários na pós-graduação e terá reuniões com grupos de pesquisa

Steinitz desenvolve métodos para projetar a conservação e o desenvolvimento em paisagens notáveis que sofrem pressões de mudança
Steinitz desenvolve métodos para projetar a conservação de paisagens pressionadas por mudançasArquivo pessoal

O Programa Cátedras Fundep/IEAT recebe, em dezembro, o professor Carl Steinitz, da Harvard Graduate School of Design. Durante sua estada de seis dias, ele realizará seminários para alunos da pós-graduação, participará de reuniões com grupos de pesquisa que trabalham com metodologias em geodesign e vai ministrar conferência aberta à comunidade.

Sua principal atividade na UFMG, a conferência On negotiation as a geodesign method (Sobre negociação como um método de Geodesign) será realizada no dia 11 de dezembro, a partir das 18h, no auditório da Reitoria. Haverá tradução simultânea e emissão de declaração de comparecimento. Inscrições para a conferência podem ser realizadas por meio de formulário on-line

Escalas e negociação
Criador do principal método de geodesign, estrutura processual utilizada nas várias etapas da gestão territorial, Carl Steinitz abordará, na conferência, o papel da negociação e do uso de metodologias que, aplicáveis em diferentes escalas, têm implicações poderosas para o emprego de tecnologias de geoinformação, como o GIS (Geographic Information System, em português Sistema de Informação Geográfica), o geodesign e o BIM (Building Information Modeling, em português Modelagem de Informações da Construção).

Segundo ele, em questões de geoprocessamento, tomar decisões sobre projetos em circunstâncias complexas não pode ser visto como um jogo de soma zero – seja trabalhando em grandes dimensões territoriais em GIS, em escala média no geodesign ou em projeto específico com o emprego da ferramenta BIM. "Esse processo deve ser visto como o alcance de algum nível de consenso com base na negociação", defende o professor.

Se, na escala global, as ciências geográficas apresentam orientações e, na escala de detalhe do projeto, as profissões de projeto oferecem serviço, a colaboração ocorre, sobretudo, no intervalo médio, em que as estratégias “defensivas” baseadas na oferta precisam ser equilibradas com estratégias “ofensivas” ancoradas na demanda. "E é nesse ponto que as pessoas que vivem no plano local, e que inicialmente estão em desacordo, têm fundamental papel político", explica Steinitz.

Para se chegar a uma estratégia de planejamento politicamente aceitável, é inevitável uma negociação colaborativa entre as pessoas do lugar, auxiliada por profissionais das ciências geográficas e profissionais de projeto e apoiada por tecnólogos da informação. Segundo Carl Steinitz, as pessoas envolvidas no processo devem ter uma base para a compreensão mútua, comunicação, colaboração e negociação, o que, segundo ele, pode ser alcançado por meio do geodesign.

Steinitz participará, de 11 a 14 de dezembro, na Escola de Arquitetura da UFMG, do encontro Geodesign South America 2017: Strategic planning for alternative futures. Informações detalhadas sobre o evento podem ser encontradas na página do Laboratório de Geoprocessamento, e as inscrições devem ser efetuadas por meio deste site

Sobre o catedrático
Carl Steinitz é professor emérito da Harvard University – responsável pela disciplina Arquitetura e Planejamento de Paisagens na Graduate School of Design – e honorário no Centro de Análise Espacial Avançada, da University College London. Dedicou grande parte de sua carreira acadêmica e profissional a melhorar os métodos para projetar a conservação e o desenvolvimento em paisagens notáveis que sofrem pressões de mudança. Ele é vinculado ao Laboratório de Computação e Análise Espacial de Harvard desde 1965.

Em 1984, o Conselho de Educadores em Arquitetura de Paisagens (Cela) homenageou Steinitz com o Prêmio Educador de Destaque por sua “contribuição extraordinária para a educação de design ambiental”. Em 1996, recebeu o Prêmio de Prática Excepcional da Sociedade Internacional de Ecologia da Paisagem e, em 2015, a Medalha de Ensino Jot Carpenter, da Sociedade Americana de Arquitetos Paisagistas. Lecionou e conduziu oficinas em mais de 150 universidades.

Steinitz foi indicado ao programa Cátedras pela professora Ana Clara Mourão Moura, do Departamento de Urbanismo da Escola de Arquitetura.

Com assessoria de comunicação do IEAT