'Conexões', da Rádio UFMG Educativa, celebra dia da luta antimanicomial
Psicóloga e usuários dos serviços de saúde mental defendem tratamento em liberdade
Dezoito de maio marca o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, movimento em defesa de tratamento digno, humanizado e justo de pessoas com sofrimento mental. O Movimento da Reforma Psiquiátrica começou com o italiano Franco Basaglia, que presenciou, nos anos 1960, diversos abusos no tratamento de pacientes no Hospital Psiquiátrico de Gorizia, na Itália.
Sob a influência de Basaglia, a luta antimanicomial começou a ganhar força no Brasil no fim da década de 1970, simultaneamente ao processo de redemocratização do país, e propunha uma reforma no sistema de saúde psiquiátrica, a extinção dos manicômios e o tratamento em liberdade.
O Programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, foi dedicado ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial. A edição especial foi produzida com apoio da equipe do projeto de extensão Rádio e saúde mental em sintonia com a cidade, vinculado ao Departamento de Terapia Ocupacional da UFMG e coordenado pela professora Regina Celi. Participaram as estudantes Maria Alice Sodré Gomes, Marina Ribeiro Kaiser, Renata Martins Moreira e Luana Bispo, bolsistas do projeto.
A programação, que integra o conjunto de atividades de Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG, reuniu depoimentos e apresentações artísticas de usuários do serviço de saúde mental do Centro de Convivência São Paulo, na capital mineira, e o samba-enredo Democracia sim, manicômio não, liberdade e vacina contra a política de morte! A psicóloga Janaína Dornas, integrante da Comissão Municipal da Reforma Psiquiátrica e do Fórum Mineiro de Saúde Mental, foi entrevistada pela jornalista Luíza Glória.
A psicóloga destacou o simbolismo do dia 18 de maio, os desafios do cenário atual do Sistema Único de Saúde (SUS) e ressaltou o papel dos serviços substitutivos de saúde mental no acolhimento aos usuários. Apesar dos vários avanços gerados pela Reforma Psiquiátrica, Janaína Dornas afirmou que ainda existem manicômios no país. “Qualquer instituição que aprisiona e que não deixa o sujeito conviver em liberdade, estar no território, ser acolhido, estar próximo das pessoas com as quais ele tem vínculo social, família, amigos, a cidade, suas raízes, é um lugar que exclui, violando seus direitos, então não é um tratamento adequado. Até os hospitais, hoje, são manicomiais”, argumentou.
Vozes da luta antimanicomial
Ouça algumas vozes da luta antimanicomial em depoimentos colhidos pela equipe do projeto de extensão Rádio e saúde mental em sintonia com a cidade, do Departamento de Terapia Ocupacional da UFMG.
Samba-enredo 2021
Ouça o samba-enredo Democracia sim, manicômio não, liberdade e vacina contra a política de morte!, de autoria dos usuários do Centro de Convivência Barreiro.
Ficha técnica
Produção: Flora Quaresma, sob a orientação de Luiza Glória, e equipe do projeto de extensão Rádio e saúde mental em sintonia com a cidade, coordenado pela professora Regina Celi, com participação das estudantes Maria Alice Sodré Gomes, Marina Ribeiro Kaiser, Renata Martins Moreira e Luana Bispo
Teasers: Felipe Assumpção
Participações dos usuários do Centro de Convivência São Paulo: Cíntia Manequim, Cristiane, Geraldo Batista Bernadino, Hermano Goare, Itamar Martins de Bombrilhão, Jonathan Cunha, José Carlos, Maria Beatriz, Rogério e Silvia Vilarejo
Publicação: Alessandra Dantas