Ensino

Experiência de alfabetização é única em cada país, dizem educadores no jornal Letra A

Disponível na internet, publicação da Faculdade de Educação chega à 50ª edição

Crianças em processo de alfabetização no Centro Pedagógico da UFMG
Crianças em processo de alfabetização no Centro Pedagógico da UFMG Luiza Ananda

Em edição especial, disponível na internet, o Letra A - jornal do alfabetizador demonstra que há sempre fatores locais de peso que tornam único o contexto de alfabetização e letramento em cada país. Na reportagem, em que são ouvidos pesquisadores, professores e escritores de dez países – Angola, Canadá, China, Estados Unidos, Finlândia, França, México, Nigéria, Portugal e Peru – são promovidas discussões sobre temas comuns, como formação dos professores, multilinguismo, relação entre currículo e avaliações e políticas de inclusão, com o intuito de “tratar das principais questões que se apresentam para a escola e para a alfabetização" em cada local.

Inspirados nos ensinamentos do professor britânico Brian Street, os editores pedagógicos do Letra A, Isabel Cristina Frade e Gilcinei Carvalho, professores da Faculdade de Educação da UFMG, argumentam, no editorial desta edição, que conhecer outras perspectivas reforça "o lado político de ser ‘radicalmente relativista’ ao pensar a educação e o letramento".

"Se ser radicalmente relativista é divulgar as ações educacionais desses ‘outros’ e desvendar as relações de poder que geram as diferenças, esperamos que esse número cumpra também o papel de ampliar as nossas fronteiras e entender as condições sócio-históricas que fazem do ato de ler e escrever ações que nos situam no mundo", ponderam.

Para os editores, os exemplos presentes nas reportagens e entrevistas desta edição especial “mostram que, quando a sociedade promove uma educação plena, há também um professor valorizado, bem formado e com autonomia para dar respostas ao inusitado, que projeta certas intencionalidades, que indaga sobre seu papel como educador e que não se curva a horizontes homogeneizantes”.

A publicação, que chega à 50ª edição, também traz reportagem sobre o aumento de estudantes imigrantes no Brasil e as implicações dessa realidade para as escolas públicas do país.