Arte e Cultura

Festival de Verão é aberto com reflexão sobre papel da cultura e show de Renegado e Elza Soares

'Quando falamos em direito à cultura, falamos em democracia', disse a reitora Sandra Goulart Almeida

Sandra Goulart: cultura como dimensão formativa
Sandra Goulart: cultura como dimensão formativa Reprodução de tela: Raphaella Dias | UFMG

A reitora Sandra Regina Goulart Almeida, o diretor de Ação Cultural da UFMG, Fernando Mencarelli, secretários municipais e representantes do Centro de Referência da Juventude (CRJ) participaram, na noite desta quinta-feira, dia 4, de mesa virtual que marcou a abertura oficial do 15º Festival de Verão da UFMG. O evento foi transmitido pelo canal Cultura UFMG no YouTube.

Sobre o tema desta edição, Transversal: redes de cidadania e direito à cultura, Sandra Goulart comentou que as ações culturais na Universidade são transversais porque perpassam o ensino, a pesquisa e a extensão, em todas as áreas do conhecimento. “Quando falamos em direito ao acesso aos bens culturais, estamos falando de democracia, de liberdade de expressão, de políticas que contemplem as demandas da sociedade, que sejam de Estado, sustentáveis e em sintonia com a diversidade”, disse.

Centralidade
A reitora defendeu a criação de uma pró-reitoria específica na UFMG para tratar da cultura em razão da “centralidade e da transversalidade que a cultura tem em todas as ações da nossa instituição”. “A cultura é uma dimensão formativa, faz parte da formação dos nossos estudantes – que é profissional, mas, principalmente, cidadã. Ela nos autoriza uma formação cidadã para todas as áreas do conhecimento”, completou.

Fernando Mencarelli destacou que o Festival de Verão é também uma ferramenta que propicia visibilidade para os trabalhos que a Universidade desenvolve ao longo do ano. “O Festival põe a questão do direito à cultura no centro das discussões, buscando reconhecimento dos sujeitos desses direitos. Vários parceiros e projetos se cruzam agora, nesse momento de partilha”, observou.

Leônidas de Oliveira: descentralizar a arte
Leônidas de Oliveira: descentralizar a arte Reprodução de tela: Raphaella Dias | UFMG

Manancial cultural
No entendimento do secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira, a arte tem “poder imenso de trazer à tona realidades visíveis e invisíveis”. “São importantíssimos os momentos em que paramos para refletir sobre o fazer artístico, sobre a cultura em maior instância e sobre o direito à cultura.”

Segundo o gestor, estima-se que mais de 90% dos brasileiros nunca frequentaram um teatro – circunstância que avaliou como “trágica”. “É função de todos nós refletir, sobretudo, a respeito de maneiras de descentralizar a arte, para dar acesso e fazer valer o direito à cultura”, declarou.

A secretária municipal de Cultura, Fabíola Moulin, que definiu Belo Horizonte como um “manancial cultural”, atestou que a UFMG contribui significativamente para a cidade no campo das políticas públicas. “Somos potentes nas mais diversas atividades artísticas: da música clássica ao samba, passando pelas violas, pelo teatro, pela dança, literatura; pelas manifestações de raízes populares, pelas mais diversas artes urbanas, artistas e coletivos, da periferia ao centro", enumerou.

Segundo Fabíola Moulin, o poder público municipal tem procurado levar a arte para todas as regiões da cidade. “Tenho certeza de que as discussões do Festival contribuirão com novos caminhos em defesa da cultura e reforçarão a tendência de pluralidade criativa da capital mineira”, projetou.

Fabíola Moulin: potência em diversas áreas
Fabíola Moulin: potência em diversas áreas Reprodução de tela: Raphaella Dias | UFMG

Alento
“Se não fosse a cultura, teríamos, certamente, dias muito piores durante a pandemia”, observou a secretária municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Maíra da Cunha. “A secretaria estará sempre disponível para somar e compartilhar, com a UFMG e com a cidade, todas as pautas que beneficiem a população na área da cultura, da pesquisa e da extensão", prontificou-se.

A gerente do Centro de Referência da Juventude (CRJ), Samira Ávila, externou sua satisfação por participar do Festival, certa de que “caminhamos ao lado de parceiros extremamente comprometidos com a arte e com a cultura como bens civilizatórios e que se mantêm empenhados em reivindicar e garantir a livre expressão das diferentes performances juvenis”. Para o professor de dança Marcelo Mendes, “o CRJ é um berço de artistas e movimentos que se encontram. Isso tem o poder de salvar vidas".

Após a abertura oficial, a agenda de espetáculos do Festival foi inaugurada com show de Renegado, que teve participação especial da cantora Elza Soares.

A programação do Festival segue até o dia 11, com oficinas, seminários, rodas de conversa, exposições, shows e apresentações teatrais. As atrações são gratuitas e transmitidas pelo canal Cultura UFMG no YouTube.

Elza Soares e Renegado fizeram o primeiro show do Festival de Verão
Elza Soares e Renegado fizeram o primeiro show do Festival de Verão Reprodução de tela: Raphaella Dias | UFMG

Matheus Espíndola