Arte e Cultura

Igor Maia, da Escola de Música, vence festival da Filarmônica de Minas Gerais

Obra ‘Contemplações’ é inspirada em hino medieval e em coral e prelúdio coral de Bach

Compositor Igor Gomes
Igor Maia é cumprimentado por integrante da organização do prêmio: compositor vai produzir nova obra para ser executada em 2025 pela Filarmônica de Minas Gerais Foto: Alexandre Rezende | divulgação

Com a obra Contemplações, o professor de composição da Escola de Música da UFMG Igor Maia venceu o 12º Festival Tinta Fresca, promovido pela Filarmônica de Minas Gerais para valorizar a criação musical sinfônica e divulgar obras de jovens compositores brasileiros. O prêmio consiste na encomenda de uma nova composição, que será executada pela Filarmônica na temporada de 2025. O resultado foi divulgado na última quinta-feira, dia 30, em concerto da Filarmônica realizado na Sala Minas Gerais com regência do maestro associado da Orquestra, José Soares.

Nascido em Campinas (SP), Igor Maia é compositor, regente e doutor em Composição pelo King’s College de Londres. Desde 2019, atua como professor adjunto na UFMG e, em 2023, foi contemplado com uma bolsa de estudos da Ernst Mach Grant, na Anton Bruckner University, na Áustria. Atualmente, é compositor residente da Orquestra Sesiminas. Premiado em diversos concursos, Igor teve suas obras apresentadas em festivais e concertos na Europa, nas Américas e no Japão.

“O festival é de importância única no cenário musical brasileiro porque fomenta a criação de música nova e nos dá a oportunidade de ouvir composições de colegas talentosos e interagir com o júri e os músicos da orquestra”, declarou Maia.

Vigor e originalidade
Contemplações é inspirada no hino medieval Jesus Christus, nostra salus (Jesus Cristo, nosso Salvador), atribuído a Jan z Jenstejna, e em coral e prelúdio coral de J.S. Bach. A obra percorre, de forma contemplativa, partes de uma catedral em quatro movimentos: “Entrada”, “Mosaico”, “Vitral” e “Coro”. Os três primeiros exploram técnicas de cânone, colagem e sobreposição para elaborar diferentes texturas, harmonias e cores, enquanto o último se apresenta como transcrição criativa do prelúdio.

A comissão julgadora, formada pelos compositores André Mehmari, João Guilherme Ripper e Leonardo Martinelli, avaliou 42 partituras inscritas por autores de vários estados brasileiros. Delas, seis obras foram escolhidas e interpretadas pela Filarmônica de Minas Gerais. O compositor e pianista André Mehmari elogiou o “vigor criativo, a variedade expressiva e a originalidade” de Contemplação, além de "sua referência muito respeitosa e bonita à música de Bach".

Com Assessoria de Comunicação da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais