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Mia Couto lança livro e participa de bate-papo em Belo Horizonte

Autor de Moçambique falou sobre evento em entrevista ao programa Universo Literário

Mia Couto: autor moçambicano participa de atividade na capital mineira
Mia Couto: autor moçambicano participa de atividade na capital mineira Foto: Jen Rickard Blair/World Literature Today / CC BY-SA 2.0 / Flickr: https://bit.ly/2GSEJ9R

Natural da cidade de Beira, no Moçambique, Mia Couto é considerado um dos autores mais importantes do país e do continente africano. Sua obra literária, extensa e diversificada, inclui poesias, contos, romances e crônicas, e é publicada em mais de 22 países. 

Em muitos de seus livros, o escritor – que é membro correspondente da Academia Brasileira de Letras – tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana.

O escritor, biólogo e jornalista Mia Couto participa, na noite desta quinta-feira, 12, em Belo Horizonte, de bate-papo com o tema Políticas da memória no tempo presente. No mesmo evento, lança seu mais recente livro, O Bebedor de Horizontes, que encerra a trilogia histórica As areias do imperador.

No programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa, o escritor Mia Couto falou sobre as atividades em Belo Horizonte. A entrevista foi ao ar na edição desta quinta-feira.

“Gugunhana é um personagem histórico da saga da resistência anticolonial em Moçambique. Eu construo uma versão desse personagem, porque me parecia que aquilo que está nos nossos compêndios escolares, naquilo que é a nossa historiografia oficial, era também uma visão ficcionada para servir alguns dos interesses políticos da construção de uma nação nova”, afirmou.

Mia Couto, que começou sua carreira escrevendo poesias e, depois, enveredou pela prosa, defendeu que, para ele, as duas formas de escrita conversam bem. “Não acho que elas são duas entidades que eu possa separar. Acho que quem criou essa fronteira entre a poesia e a prosa não foram os escritores. Com certeza não foram os poetas”, defendeu.

O escritor moçambicano exaltou ainda a importância de escritores brasileiros, em especial de Jorge Amado, em sua carreira e na de outros escritores africanos de língua portuguesa.

“Eles foram um fator importante de estímulo, de incitamento, de inspiração, porque chegou um momento em que nós estávamos em busca de uma linguagem que, na língua portuguesa, nos distinguisse dos portugueses e de Portugal. Todos nós temos uma grande dívida para com essa geração de escritores do Brasil”, afirmou.

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O evento será às 19h30, na Casa Fiat de Cultura (Praça da Liberdade, 10, Funcionários). Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3289-8900 ou consultadas no site da Casa Fiat.