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Morre professor emérito Joaquim Martins Ferreira Neto, da Escola de Veterinária

Velório ocorre até as 13 horas, no Parque da Colina, em Belo Horizonte

Joaquim Ferreira Neto:
Joaquim Ferreira Neto: precursor da patologia clínicaArquivo pessoal

Morreu ontem (domingo, 30 de outubro), aos 99 anos, o professor emérito Joaquim Martins Ferreira Neto, da Escola de Veterinária da UFMG.

O velório se estenderá até as 13h, no Cemitério Parque da Colina (Rua Santarém, 50, bairro Nova Cintra), em Belo Horizonte, onde o corpo será sepultado às 13h30.

Joaquim Ferreira Neto ingressou como docente na UFMG em 1958 e aposentou-se compulsoriamente no início da década de 1990, mas continuou atuando na pós-graduação e prestando consultorias por vários anos. Um dos precursores da área de patologia clínica no Brasil, ele formou grande número de especialistas na área e ajudou a estruturar laboratórios e cursos em diversos estados brasileiros.

“O professor Joaquim é uma referência até hoje, autor de um dos primeiros livros sobre patologia clínica, com participação em muitas produções científicas”, testemunha o professor Roberto Baracat de Araújo, da Escola de Veterinária, que foi orientado por Ferreira Neto em seu doutorado. “Era um professor dedicado e de bom relacionamento com seus pares.”

O professor aposentado José Carlos Nogueira, ainda pesquisador do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), foi aluno de graduação de Joaquim Ferreira Neto e, depois, na década de 1960, colega na Escola de Veterinária, antes de se transferir para o ICB. “Além de excelente professor e pesquisador, Joaquim foi um educador em sentido amplo, que preparava seus alunos para a vida. Era tranquilo e sabia ouvir. Deixa um legado extraordinário”, diz Nogueira. "Tivemos uma profunda amizade."

Joaquim Ferreira Neto deixa viúva, três filhas – uma delas é a professora Marília Martins Melo, também da Escola de Veterinária –, dois netos e uma bisneta.

Atuação múltipla
Joaquim Martins Ferreira Neto graduou-se em Medicina Veterinária em 1949, na Escola Superior de Agronomia e Veterinária de Minas Gerais (ESAVMG), tornou-se professor assistente da mesma instituição no ano seguinte e instrutor do Hospital Veterinário em 1951. Foi professor das disciplinas Anatomia Patológica, Semiologia, Clínica de Pequenos Animais e Patologia Clínica. No ano de 1957, foi redator do programa Agricultura e pecuária, de O Diário.

Em 1958, ano em que concluiu o mestrado na Cornell University (EUA), também passou a lecionar na Escola de Veterinária. Em 1963, tornou-se doutor em Higiene e Polícia Sanitária Animal e Veterinária Legal e, em 1975, professor titular do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias.

Na Escola, foi chefe de departamento, membro de comissões diversas, diretor e vice-diretor do Hospital Veterinário, coordenador do curso de mestrado e membro do colegiado da pós-graduação, chefe do Centro de Pesquisas e editor da revista Arquivo Brasileiro de Veterinária e Zootecnia. Na UFMG, foi membro do Conselho de Pós-graduação do Setor de Saúde, do Conselho Universitário e consultor do Convênio Peas-UFMG. O professor orientou mais de 30 alunos de mestrado e doutorado e publicou mais de 120 artigos científicos.

Fora da Universidade, atuou em comissão do Ministério da Agricultura para criação de novas escolas de Agronomia e Veterinária nas universidades dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Guanabara, Rio de Janeiro e Espírito Santo, participou do Programa Integrado de Pesquisas Agropecuárias de Minas Gerais e da Comissão Científica da Revista Agropecuária Brasileira.

Joaquim Ferreira Neto recebeu o prêmio da Epamig de Mérito Pesquisa em Minas Gerais, em 1985, e o título de professor emérito da UFMG, em 1992.

Itamar Rigueira Jr.