Arte e Cultura

Mostra reúne filmes produzidos em contexto acadêmico

'Ângelo', que retrata a paixão do entomologista da UFMG por libélulas, é um dos destaques da programação

O filme Ângelo (2020) conta a história de um senhor apaixonado por borboletas
'Ângelo' (2020) conta a história da paixão do protagonista por borboletas Divulgação

Realizada pelo Coletivo Zanza, de crítica e estudos sobre cinema, a Mostra UFMG de Cinema Universitário reunirá 23 filmes produzidos por estudantes, egressos e professores da UFMG. A mostra estará disponível, gratuitamente, a partir desta terça, dia 30, até 9 de dezembro, no site do Coletivo.

Os filmes foram reunidos sob quatro temas: circular o tempo; fabricar atritos; habitar outras terras; e tecer alianças. “As obras caminham entre o cinema mais clássico, o cinema experimental, o documentário em primeira pessoa e a animação. Desse modo, sugerimos um percurso para potencializar a experiência”, explica Diego Silva Souza, um dos curadores.

Um dos destaques da programação é o filme Ângelo (2020), trabalho de conclusão do curso de Comunicação Social de Mariana Machado. Ela é neta do professor da UFMG, entomologista e escritor Ângelo Machado e compõe, ao lado do avô, um singular e afetuoso retrato do homem apaixonado por borboletas. O professor faleceu em abril de 2020, antes do lançamento oficial do curta na 9ª edição da Mostra Cine Ecofalante de Cinema.

Outros destaques são o curta Para as gerações que vieram antes de mim (2021), de Filipe Bretas Lucas, premiado na 23ª edição do FestCurtasBH, e Nas giras do vento (2020), de César Guimarães e Pedro Aspahan, produzido no âmbito da Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG.

A mostra homenageia dois egressos da UFMG que hoje são reconhecidos no cenário do cinema nacional: Affonso Uchôa, codiretor do premiado Arábia (2017), e Aiano Bemfica, que construiu sua obra em torno do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).

Fruto de chamada da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) da UFMG, a mostra tem apoio do Cinecipó – Festival do Filme Insurgente, da Embaúba Play e do Cineclube Mocambo.

Além de Diego Silva Souza, compõem a equipe de curadores Iakima Delamare, Larissa Muniz, Pedro Antuña e Gabriel Araújo (assistente).

Debates e conversas
Duas rodas de conversa com transmissão ao vivo compõem a programação. A primeira delas, Experiências da produção e exibição de filmes no contexto universitário, será na quarta-feira, 1º de dezembro, às 19h.

A segunda, no dia 9, às 19h, tem como mote a pergunta O que pode o cinema na UFMG? A fim de reunir as perspectivas de servidores, discentes e gestores culturais, a conversa pretende traçar as linhas para efetivar uma rede de produção e exibição de cinema na instituição. O público poderá enviar perguntas e sugestões.

Os dois bate-papos serão transmitidos pelo canal do Coletivo Zanza no YouTube. As atualizações do evento serão publicadas ao longo da semana pelo perfil do Coletivo no Instagram.

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Cena de 'Mulher à tarde' (2010), de Affonso Uchoa Divulgação

O coletivo
Criado em outubro de 2020, o Coletivo Zanza é formado por Diego Silva Souza, Gabriel Araújo, Larissa Muniz e Iakima Delamare, críticos e pesquisadores de cinema egressos e estudantes da UFMG.

Formado por pessoas que trilham trajetórias diversas na área do audiovisual e da comunicação, o coletivo é resultado de esforço de investigação, estudo e conversas que buscam evidenciar as diferentes perspectivas de pensar a crítica e o próprio cinema, considerando tanto a diversidade de formas e engajamentos textuais quanto as inúmeras maneiras e possibilidades de recepção e fruição de uma obra fílmica.