“Eu nunca leio, só vejo as figuras”. A frase do artista pop estadunidense Andy Warhol – que poderia ser dita por grande parte das crianças do mundo – é o título da nova mostra da Coleção Livro de Artista, criada e mantida pela Biblioteca da Escola de Belas Artes. Descritiva do consumo de revistas, livros infantis e outras obras predominantemente imagéticas, a citação cai bem para a exposição que será inaugurada nesta quinta, 10, na Biblioteca Central.

A mostra é composta de 50 livros de artista que têm a infância como tema, agrupados em categorias como formas e cores, animais, alfabetos, jogos e brincadeiras, livros animados, contos e livros para colorir. Um dos destaques é a série de pré-livros do italiano Bruno Munari, destinada a crianças que ainda não foram alfabetizadas.

Apesar do olhar para a infância, nem todas as obras são para crianças. Alguns itens remetem aos livros infantis por causa do formato, mas não são adequados para esse público, enquanto outros foram criados com base nas memórias do artista. O visitante poderá encontrar livros de arte conceitual, minimalismo e da pop art, entre outros movimentos da arte contemporânea. Os artistas que compõem a mostra vão desde o próprio Andy Warhol, cuja frase batiza o título da exposição, até Wlademir Dias Pino e Ziraldo.

Parte dos livros da mostra estará em cima de uma mesa, disponível para consulta em horários predeterminados e com atendimento por bolsistas. A maioria pertence ao acervo da Coleção Livro de Artista, que completa uma década de atividades em novembro. 

A maior da América Latina
Em atividade desde novembro de 2009, a Coleção Livro de Artista conta hoje com mais de 1,5 mil livros, doados por artistas brasileiros e estrangeiros, além de obras de referência, revistas especializadas, postais, cartazes e revistas de artista. A coleção da Escola de Belas Artes é a primeira do gênero mantida por uma biblioteca de universidade pública no Brasil e já reúne o maior acervo público de livros de artista da América Latina.

A primeira exposição da coleção, realizada em 2011, foi Conversações, composta de conjunto de livros de artista criados por alunos, ex-alunos e professores da Escola de Belas Artes. De lá pra cá, as mostras abordaram temas como artistas-professores, performance e apropriações de obras literárias.

Eu nunca leio, só vejo as figuras será aberta na quinta-feira, 10 de outubro, às 15h, e poderá ser visitada até 12 de novembro, de segunda a sexta, das 7h às 22h, na Divisão de Coleções Especiais e Obras Raras da Biblioteca Universitária (4º andar). Visitas podem ser agendadas pelo e-mail colesp@bu.ufmg.br ou pelo telefone (31) 3409-4615. Parte dos livros expostos também está listada no blog da coleção.