O programa Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha celebra 25 anos de existência, com uma série de atividades e apresentações culturais, shows e rodas de conversa durante todo o mês de setembro. O Polo Jequitinhonha surgiu com o objetivo de associar as iniciativas de desenvolvimento regional da Universidade no Vale e, para isso, atua junto à população nas áreas da saúde, educação, cultura, comunicação, desenvolvimento regional e geração de renda, direitos humanos e meio ambiente. Todos esses anos resultaram em mais de 120 ações de ensino, pesquisa e extensão nessas frentes, sempre em articulação com os moradores. O programa ressalta a importância da valorização dos saberes locais e da mobilização da população para o desenvolvimento regional, o que proporciona também a criação de laços entre os projetos, os integrantes e os parceiros. A programação comemorativa e gratuita de aniversário começa nesta quarta-feira, 15. O Grupo Popular Caboclo Surubim dá início às apresentações com cantigas de roda, danças e versos de origem ancestral, manifestações culturais de herança quilombola.

Para conhecer melhor a história e a atuação do Polo Jequitinhonha UFMG e ficar por dentro das celebrações dos 25 anos, o programa Conexões desta quarta trouxe uma conversa com a coordenadora do projeto, Maria das Dores Pimentel Nogueira, a Marizinha Nogueira. A servidora lembrou do início de tudo, em 1996, quando ajudou a elaborar o projeto que incluía ensino, pesquisa e extensão. A ideia, segundo contou, era oferecer o que a Universidade tinha de melhor, as pessoas, para atuar em conjunto com a população local, grande diferencial do programa.

Marizinha explicou que as populações são consultadas em diversas instâncias e há uma articulação forte com os movimentos culturais, de modo geral. O Polo foi importante para fortalecer a comunicação na região, primeiro com as rádios comunitárias e depois com as novas mídias. “Foi criado o encontro de comunicadores do Vale, que começou  em 2011 e acontece ininterruptamente até agora. Com o passar do tempo a Universidade retrai o seu papel e os jovens da região tomam esse papel de coordenação. Então, é essa função que a gente tem de se afastar na hora que você dá o suporte e contribui para que os grupos locais aflorem e façam seu papel. A interdisciplinaridade acontece de uma forma muito natural porque nós trabalhamos com a realidade e ela é multifacetada. Então, a gente precisa de gente da educação, da saúde, do meio ambiente, da cultura para trabalhar junto”, detalhou.

A coordenadora do Polo também comentou diferentes ações do programa como o Fórum da Mulher, iniciado em 2011, na cidade de Jequitinhonha, que passou por outras cidades. Entre elas está Virgem da Lapa, em 2015, em encontro que resultou na Carta das Águas, documento pela preservação do recurso feito com a participação de mais de 500 mulheres. Para Marizinha, é a profusão de projetos e relações entre eles que faz com que a atuação do Polo seja permanente no Vale, em um trabalho que promove a troca do conhecimento produzido na UFMG com os saberes tradicionais da comunidade. A entrevistada ainda detalhou a programação comemorativa dos 25 anos e convidou os ouvintes a participarem.

Ouça a entrevista completa no SoundCloud.

A programação completa e mais informações sobre o Polo estão no site do projeto.

Produção: Enaile Almeida, sob orientação de Hugo Rafael e Alessandra Dantas
Publicação: Alessandra Dantas