Coberturas especiais

Infectologista da UFMG fala dos riscos das confraternizações de fim de ano na pandemia

Em entrevista à UFMG Educativa, professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da UFMG, Geraldo Cunha Cury, esclarece os riscos de se reunir em eventos de fim de ano

Reunir-se com a família nas festas de fim de ano pode aumentar o risco de contágio.
Reunir-se com a família nas festas de fim de ano pode aumentar o risco de contágioPhoto by S&B Vonlanthen on Unsplash

Até o momento, o Brasil já registrou 151.740 mortes em decorrência da covid-19. A Europa, que já estava com a curva descendente, está em alerta e começa a vivenciar a segunda onda de contágios pela doença. Diante de dados tão alarmantes, será que vai ser possível reunir a família nas festas de fim de ano? Ou ao menos parte dela? Quando exatamente é seguro participar de um evento em meio à pandemia de covid-19? Dia após dia essas perguntas vêm ganhando força em todo o mundo. Já há até mesmo estudos que avaliam o risco de cada situação. O programa Conexões desta sexta-feira, 16, recebeu o infectologista Geraldo Cunha Cury, professor da Faculdade de Medicina da UFMG, para responder algumas dessas perguntas.

No contexto da pandemia se covid-19, não é possível falar eventos com certificados “livre do coronavírus”. No entanto, pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, criaram uma tabela que considera fatores como o uso de máscaras, o tempo de contato com outras pessoas, a ventilação do local e a quantidade de pessoas, para averiguar a segurança de certas atividades. 

O professor Geraldo Cury lembrou que a doença se espalha por perdigotos e que a única maneira segura de evitá-la é seguir os protocolos de segurança e permanecer em casa, saindo somente em casos de necessidade. 

Os cuidados mínimos, em caso de contato, são o uso de máscara, a distância de no mínimo dois metros e a limpeza constante de mãos, objetos e superfícies. Geraldo Cury destacou que o a distância mínima é o critério mais importante e também o menos observado, especialmente em reuniões, como as festas de fim de ano. 

"Não é possível que se mantenha essa vigilância o tempo todo, por isso o ideal é que não haja confraternizações. A melhor forma de se reunir ainda é on-line, por meio dos aplicativos e programas de videochamadas. Um benefício desses formatos é que você pode se reunir mais vezes com parentes distantes, por exemplo. O que não ocorreria presencialmente", defendeu.

Ouça a conversa com Luíza Glória

A tabela produzida pelos pesquisadores da Universidade de Oxford e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts pode ser acessada na publicação original do estudo. Outra indicação é o gráfico traduzido e interpretado pelo Catraca Livre.

Produção: Arthur Bugre
Publicação: Isadora Oliveira, sob orientação de Hugo Rafael