Ensino

Pessoas com deficiência narram suas experiências na Rádio UFMG Educativa

Série 'Eu existo e me movo', produzida por alunos do curso de comunicação social, vai ao ar nesta segunda-feira

A Rádio UFMG Educativa vai exibir, a partir desta segunda-feira, 15, a série de nove programas Eu existo e me movo: experiências e mobilidade de pessoas com deficiência, produzida pela Rádio Terceiro Andar do curso de Comunicação Social. Os depoimentos vão ao ar diariamente, às 11h30, no programa Conexões.

A série é um desdobramento de projeto do Afetos: Grupo de Pesquisa em Comunicação, Acessibilidade e Vulnerabilidades, que é desenvolvido pelas professoras Camila Alves Mantovani e Sônia Caldas Pessoa. 

Os estudantes da disciplina Rádio e Mídias Digitais se deslocaram pelo campus Pampulha com pessoas com deficiência: caminharam, observaram e entrevistaram alunos, servidores técnico-administrativos e professores. O que essas pessoas pensam sobre a própria deficiência? Como se deslocam? Quais as dificuldades e necessidades? E seus direitos, por que não são respeitados? Essas e outras perguntas conduzem os relatos na série.

Depoimento do servidor Romerito Nascimento, do NAI, abre a série
Depoimento do servidor Romerito Nascimento, do NAI, abre a série Foca Lisboa / UFMG

A iniciativa dá voz a experiências como a do servidor Romerito Nascimento, do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da UFMG (NAI), que é deficiente visual. No programa desta segunda-feira, dia 15, ele relata as dificuldades e as técnicas que desenvolveu para se locomover no campus Pampulha.  

Acessibilidade é o caminho
“São muitos problemas acumulados, de muitos anos de descaso e que não podem ser resolvidos de uma hora para outra. Os alunos com deficiência sempre foram muito marginalizados, apesar de sempre estarem aqui. Todos os meus professores do Instituto São Rafael (especializado na educação de pessoas com deficiência) estudaram na UFMG, mas ‘se virando’. Ou não eram vistos ou eram vistos como heróis, numa ideia capacitista de que eles se superavam o tempo todo. E agora a Universidade entendeu que a superação não é o caminho. O caminho é acessibilidade”, afirma Romerito.

No dia 22 de janeiro, vai ao ar o relato de Geraldo Toledo, também servidor da UFMG. Ele tem paralisia cerebral e relembra o assédio moral que sofreu por causa da velocidade com que desempenha determinadas funções, como a digitação. A professora Michelle Andrea Murta, da Faculdade de Letras, a primeira surda efetivada como docente da universidade, vai falar de sua vivência em sala de aula como professora de Libras. Seu depoimento vai ao ar na próxima quarta-feira, 17.

A série especial reúne também as narrativas dos servidores da UFMG Abel Passos do Nascimento e Helivelton Ferraz, do professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMG Marcelo Pinto Guimarães e dos estudantes Paulo Madrid e Myriam Silveira. Outro destaque é a entrevista especial feita com o paratleta e militar do exército Denilson Souza, de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que vai ao ar no dia 24 de janeiro.

Eu existo e me movo: experiências e mobilidade de pessoas com deficiência foi realizada por alunos da disciplina de Rádio e Mídias Digitais, do curso de Comunicação Social da UFMG, sob coordenação da professora Sônia Pessoa,  da estagiária docente Stephanie Boaventura e da estagiária do estúdio de rádio Karla Scarmigliat. 

Parte dos depoimentos já foi exibida pela própria Rádio Terceiro Andar. Os episódios disponíveis podem ser ouvidos no site do projeto.

As pessoas com deficiência representam 24% da população do Brasil, ou cerca de 45 milhões de pessoas, de acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).