A Grande Galeria da Escola de Belas Artes (EBA) vai abrigar, a partir de junho de 2020, uma exposição de arte postal organizada pela estudante Luíza Marcolino, do curso de Artes Visuais da UFMG. As inscrições para a reunião das obras que vão integrar a mostra terminam em 1º de junho. 

A arte postal é prática historicamente relevante em todo o mundo, em especial na América Latina, e ainda hoje explorada por redes internacionais de artistas. “Fazer arte postal é usar um meio tão democrático e acessível quanto os correios para compartilhar imagens, ideias ou simplesmente o próprio tempo com pessoas por vezes distantes da realidade cotidiana do artista, em uma relação que, apesar de estabelecida entre desconhecidos, torna-se estranhamente próxima por meio da correspondência”, explica a estudante.

A convocação não estabelece exigências ou restrições, e todos os trabalhos enviados serão expostos. Para fazer arte postal, não é necessário ter qualquer tipo de experiência. A técnica é livre, e os trabalhos podem incluir textos, fotografias, colagens e outras linguagens. 

Protesto e denúncia
A arte postal (mail art) surgiu na década de 1960, quando Ray Johnson criou, em Nova York, nos Estados Unidos, a Escola de Arte por Correspondência. Ele usou a frente e o verso de uma carta, rompendo com o conceito de privado. Seu objetivo era veicular informação, protesto e denúncia. No Brasil, esse tipo de arte ganhou notoriedade no regime militar. A partir dos anos 1990, a arte postal passou a ocupar o universo da internet com experimentações e novas poéticas.