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18 de maio: Dia da Luta Antimanicomial

Programa Conexões abordou o o desmonte das políticas de saúde mental e o fortalecimento da rede de acolhimento e Saúde Mental na UFMG

18 de maio é marcado por manifestações como o cortejo da Escola de Samba Liberdade ainda que Tantan
18 de maio é marcado por manifestações como o cortejo da Escola de Samba Liberdade ainda que Tantan Reprodução Instagram @forummineiro

A data do 18 de maio é marcada pelo Dia Nacional da Luta Antimanicomial. O programa Conexões desta quarta-feira abordou questões relativas ao tema em duas entrevistas: uma sobre a Rede de Saúde Mental da UFMG e a outra tematizando os serviços públicos de saúde mental em Belo Horizonte e no Brasil. 
Aqui na capital mineira, os serviços prestados pela RAPS, Rede Municipal de Atenção Psicossocial, são fundamentais para pessoas em sofrimento mental. O atendimento é baseado em uma política de humanização privilegiando o tratamento em liberdade, a singularidade do indivíduo, a conquista da cidadania e a inserção na sociedade. Aos moldes dos ideais da reforma psiquiátrica, o cuidado em saúde mental é pensado a partir da abordagem multiprofissional e integrada, em ações de prevenção e promoção da saúde em rede. Porém, esse trabalho passou por contestações em 2021 por parte do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, que fez denúncias de falta de médicos e leitos em unidades dos Cersams, Centros de Referência de Saúde Mental. O CRM fez visitas técnicas nesses locais e recomendou a interdição do serviço. Neste ano, o novo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, do PSD, que assumiu o posto de Alexandre Kalil, anunciou a ex-presidenta e ex-conselheira do Conselho Regional de Medicina, Cláudia Navarro, como secretária municipal de Saúde. A ação teve como resposta uma carta pedindo que o prefeito revisse a decisão com assinaturas de mais de 200 entidades, coletivos, instituições, projetos, associações, movimentos sociais e parlamentares. O documento intitulado “CRM no SUS, não!” argumenta que, como representante do Conselho, Navarro atuaria contra a Política de Saúde Mental consolidada na cidade, a exemplo da tentativa de inviabilizar o trabalho dos Cersams no ano passado, defendendo os interesses do CRM e dos grupos que o cercam nos últimos anos. A carta destaca que a entidade tem se orientado por uma lógica privatista da saúde e que defendeu a cloroquina e outros métodos de tratamento duvidosos contra a covid-19 durante a pandemia. Para analisar todo esse cenário de tentativa de desmonte das políticas de saúde mental em Belo Horizonte e no Brasil e da importância da valorização dos serviços da rede pública de saúde, O programa Conexôes conversou com a psicóloga, militante da Luta Antimanicomial do Fórum Mineiro de Saúde Mental e ex-coordenadora de Saúde Mental da Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais, Marta Elizabeth de Souza. Ela defendeu o fortalecimento da rede pública de saúde mental da capital mineira, considerada referência no tratamento e acolhimento. Também abordou a recente ofensiva do CRM mineiro contra os serviços de saúde mental de BH e a carta questionando a nova escolha da ex-presidenta do CRM Claudia Navarro como secretária municipal de Saúde. O documento é assinado por mais de 200 entidades, coletivos, instituições, projetos, associações, movimentos sociais e parlamentares. Você pode seguir as novidades do Fórum Mineiro de Saúde Mental pela página da entidade no Instagram:@forummineiro.

Ouça a conversa com a apresentadora Luiza Glória.

Em Belo Horizonte existes 8 Cersams, Centros de Referência em Saúde Mental, e 5 Cersams-AD, Centros de Referência em Saúde Mental – Álcool e outras Drogas. As unidades oferecem serviços 24 horas, com funcionamento todos os dias da semana, inclusive sábados, domingos e feriados. Para o atendimento em saúde mental de crianças e adolescentes, são 3 centros especializados. Além disso,  a rede conta com 9 Centros de Convivência, que promovem oficinas de artes visuais, artes plásticas, música, artesanato, literatura, cerâmica, bordado, entre outras atividades e projetos que promovem cuidado, inclusão e cidadania. Para acompanhar todos esses serviços, acesse o site pbh.gov.br/saude. No menu lateral, você clica em Atenção à Saúde e depois em Saúde Mental. 

Ainda sobre o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, o programa Conexões abordou também a Rede de Saúde Mental da UFMG. A rede foi criada em 2014 como um espaço de diálogo sobre o tema com a participação de projetos de pesquisa, programas de extensão, serviços de acolhimento e profissionais de diversas áreas do conhecimento, tendo como perspectiva a luta antimanicomial. As discussões também buscam diálogo com a Rede de Atenção Psicossocial do SUS. Para falar sobre a política de saúde mental da Universidade, das ações de acolhimento e inclusão de um público tão diverso que compõe a comunidade universitária, dos desafios do período de pandemia e da 10ª Semana de Saúde Mental, o programa conversou com a professora adjunta da Escola de Enfermagem e membra da Comissão Permanente de Saúde Mental da UFMG, presidente da FUMP, Fundação Mendes Pimentel, professora Teresa Kurimoto. A professora comentou como é construída a política de saúde mental da UFMG e sua articulação com a Rede de Atenção Psicossocial do SUS, do papel fundamental do acolhimento e da inclusão nas ações da instituição, dos principais desafios do período pandêmico e da 10ª Semana de Saúde Mental. O evento vai até sexta-feira, dia 20/05. A temática deste ano é “O cuidado em saúde mental como direito à cidadania", com várias atividades presenciais e online. Mais informações e a programação completa, você encontra em ufmg.br/semanasaudemental.

Ouça a conversa com a apresentadora Luiza Glória.

Produção: Laura Portugal sob orientação de Alessandra Dantas