18 de maio: o papel da literatura na educação e proteção sexual de crianças e adolescentes
Programa Universo Literário conversou com a autora de livro infantil que aborda a prevenção ao abuso sexual
O 18 de maio marca o Dia Nacional do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. No Brasil, uma em cada 3 a 4 meninas e um em cada 6 a 10 meninos serão vítimas de alguma modalidade de abuso sexual até completarem dezoito anos. Em 85% a 90% dos casos, os agressores são pessoas conhecidas da vítima. As estimativas estão na cartilha Abuso sexual contra crianças e adolescentes – Abordagem de casos concretos em uma perspectiva multidisciplinar e interinstitucional, publicada em 2021 pelo governo federal. Outro dado que destacamos é que 18,6% das denúncias de violações de direitos humanos contra crianças e adolescentes são de violência sexual. É o que demonstra um balanço realizado pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Foram mais de 18.600 registros entre janeiro e dezembro do ano passado. Em 2022, já foram feitas quase 4.500 denúncias. O Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código Penal abordam o crime de pedofilia, sendo considerado qualquer relação de teor sexual com menores de 14 anos. Não há consentimento em relação entre adultos e pré-adolescentes ou crianças, o que configura estupro de vulnerável.
Em muitas obras literárias adultas, esse tipo de relação é abordada, como em Lolita, onde o personagem Humbert, mesmo ciente de seu crime, ainda sente atração por Lolita, uma garota de 12 anos. Na literatura infantil, o tema é pouco abordado e são poucos os livros sobre o assunto. O programa Universo Literário desta quarta-feira, 18/05, falou de uma publicação que aborda a prevenção de abusos sexuais e que é direcionada a crianças a partir de 5 anos de idade.
"Segredo segredíssimo" foi lançado em 2012, escrito por Odívia Barros. O livro é uma publicação da Geração Editorial e pode ser encontrada em livrarias físicas e virtuais.
A autora, que é mãe, palestrante, pós-graduada em Psicopedagogia, conversou com a UFMG Educativa sobre a obra, a prevenção do abuso infantil e a importância da literatura como instrumento de diálogo e construção de autonomia e autoconhecimento do corpo da criança.