Antonio Candido defendia a literatura como direito humano básico
No dia em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos, programa Universo Literário apresentou análise das discussões propostas por Candido
Seria a literatura um direito de todo ser humano? Para o sociólogo e crítico literário Antonio Candido, a resposta a essa questão é afirmativa. No ensaio O direito à literatura, ao explorar o significado dos direitos humanos, Candido questiona a ausência da literatura entre aqueles que deveriam ser considerados direitos básicos de todo ser humano.
Na percepção de Antonio Candido, o direito à literatura estaria, então, ao lado de direitos mais facilmente identificados como básicos, como alimentação, moradia, vestuário e saúde, e também a direitos mais amplos, como a liberdade individual, o amparo da justiça pública e a resistência à opressão.
Para Antonio Candido, a literatura teria o papel social de formar os sujeitos, exercendo um papel humanizador. Nas palavras dele, "a literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos à natureza, à sociedade e ao semelhante.”
Professor da Universidade de São Paulo (USP), Antonio Candido morreu em maio do ano passado, deixando um vasto legado, com destaque para a defesa da literatura como um direito humano básico.
Hoje, 10 de dezembro, dia em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos, o programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educaitva, apresentou uma análise das discussões propostas por Antonio Candido, em entrevista com a advogada Laura Mascaro, doutora em Letras e pesquisadora do Centro de Estudos Hannah Arendt.
O ensaio foi publicado em livro da editora Angelus Novus, que reúne esse e outros textos de Antonio Candido, intitulado O direito à literatura e outros ensaios.