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Antonio Candido defendia a literatura como direito humano básico

No dia em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos, programa Universo Literário apresentou análise das discussões propostas por Candido

Professor da USP Antonio Candido, morto em maio de 2017
Professor da USP Antonio Candido, morto em maio de 2017 Foto: André Gomes de Melo / CC BY 2.0 / Flickr: https://bit.ly/2B5gRdn

Seria a literatura um direito de todo ser humano? Para o sociólogo e crítico literário Antonio Candido, a resposta a essa questão é afirmativa. No ensaio O direito à literatura, ao explorar o significado dos direitos humanos, Candido questiona a ausência da literatura entre aqueles que deveriam ser considerados direitos básicos de todo ser humano.

Na percepção de Antonio Candido, o direito à literatura estaria, então, ao lado de direitos mais facilmente identificados como básicos, como alimentação, moradia, vestuário e saúde, e também a direitos mais amplos, como a liberdade individual, o amparo da justiça pública e a resistência à opressão.

Para Antonio Candido, a literatura teria o papel social de formar os sujeitos, exercendo um papel humanizador. Nas palavras dele, "a literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos à natureza, à sociedade e ao semelhante.”

Professor da Universidade de São Paulo (USP), Antonio Candido morreu em maio do ano passado, deixando um vasto legado, com destaque para a defesa da literatura como um direito humano básico.

Hoje, 10 de dezembro, dia em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos, o programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educaitva, apresentou uma análise das discussões propostas por Antonio Candido, em entrevista com a advogada Laura Mascaro, doutora em Letras e pesquisadora do Centro de Estudos Hannah Arendt.

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O ensaio foi publicado em livro da editora Angelus Novus, que reúne esse e outros textos de Antonio Candido, intitulado O direito à literatura e outros ensaios.

Produção de Maitê Louzada e Gabriela Sorice, sob orientação de Hugo Rafael e Luíza Glória