Brasil não cumpre metas do PNE e reduz investimento em educação
Em entrevista, coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação fala de desafios do setor
O Brasil aumentou a porcentagem de crianças e adolescentes na escola, mas ainda precisa incluir pelo menos 1,95 milhão de pessoas entre 4 e 16 anos nos sistemas de ensino. O país deveria ter universalizado a pré-escola e o ensino médio até 2016. As metas não foram cumpridas, de acordo com o relatório do 2º Ciclo de Monitoramento das Metas do Plano Nacional de Educação, divulgado hoje pelo Inep, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Na pré-escola, para crianças de 4 e 5 anos, 91,5% delas estavam matriculadas em 2016. Em 2014, quando o PNE começou a vigorar, a porcentagem de atendimento era 89,1% e havia 604 mil crianças fora da escola. Em 2016, esse número caiu para 450 mil. Os dados para 2017 ainda não estão disponíveis. Na faixa etária de estudantes entre 15 e 17 anos, 900 mil estão fora da escola.
O levantamento mostrou que o investimento público em educação caiu do equivalente a 6% do Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas pelo país, em 2014, para 5,5% em 2015, segundo os últimos dados disponíveis. Considerando apenas os gastos públicos com educação pública, esse investimento foi equivalente a 5% do PIB.
Os dados mostram uma realidade na contramão de estudo lançado nesta semana pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE). O documento aponta que o país deveria investir quatro vezes mais do que investe para atingir as metas do PNE. O país já deveria ter atingido a marca de 7% do Produto Interno Bruto em investimentos na educação. Em entrevista ao Jornal UFMG, a coordenadora de políticas educacionais da CNDE, Andressa Pelanda, falou sobre os desafios para o cumprimento das metas do PNE.