Um ano de covid-19: combate exige condução responsável e adesão
Com vacinação incipiente, prevenção continua ancorada no distanciamento, no uso de máscaras e no reforço dos hábitos de higiene, avaliam professores da UFMG
Em 11 de março de 2020, o Ministério da Saúde do Brasil publicava portaria com medidas para o enfrentamento da covid-19, que, àquela altura, já era considerada uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nesta semana, em três dias consecutivos, a doença matou mais de duas mil pessoas no Brasil em um intervalo de 24 horas. Em meio à maior crise sanitária deste século, ainda sem uma imunização vacinal consistente, cabe à população adotar medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras, higienização e distanciamento social, exatamente as mesmas recomendações feitas pelas autoridades científicas no início da emergência de saúde pública.
Um ano depois, com claras evidências de que o combate à pandemia no país vem produzindo resultados muito aquém dos necessários, emergem várias reflexões. Uma delas diz respeito à responsabilidade do poder público na tomada de decisões e na adoção de discursos capazes de gerar adesão da população. Em entrevista à TV UFMG, o cientista político Felipe Nunes, da Fafich, analisa o impacto das falas de líderanças em relação aos cuidados básicos e ao distanciamento para evitar a propagação do coronavírus. No campo da saúde, a professora Deborah Malta, da Escola de Enfermagem, analisa as ações necessárias para fortalecer o SUS e a atuação dos profissionais da área.
De acordo com Felipe Nunes, o discurso de alguns governantes contra o isolamento social tem dificultado a adesão da população. Entretanto, de acordo com o professor, as redes sociais podem ajudar a cobrar das lideranças a adoção de políticas adequadas para enfrentar a pandemia. O esforço da população e a responsabilidade dos governantes são fundamentais para frear as taxas de contaminação.
Segundo Deborah Malta, as ações básicas para continuar combatendo a pandemia são as mesmas de um ano atrás: uso de máscaras, higienização cuidadosa das mãos e distanciamento social. Mesmo com o início da vacinação de alguns grupos prioritários, a população deve continuar respeitando a quarentena para evitar o colapso do sistema de saúde.
Entrevistados: Felipe Nunes, professor Departamento de Ciência Política da UFMG, Deborah Malta, professora Escola de Enfermagem da UFMG, e Unaí Tupinambás, infectologista da Faculdade de Medicina da UFMG
Produção: Maria Carolina Martins
Edição de imagens: Otávio Zonatto
Edição de conteúdo: Ruleandson do Carmo