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Encontro Negro de Contadores de Histórias destaca saberes da Pedreira Prado Lopes

Contadora de histórias Elaisa de Souza foi a convidada do programa Conexões nesta quinta-feira, 14, para falar do evento

Mulheres que integram o Coletivo Iabas, da Pedreira Prado Lopes
Mulheres que integram o Coletivo Iabas, da Pedreira Prado Lopes Foto: Thiago Pacheco

A quarta edição do Encontro Negro de Contadores de Histórias (Embondeiro 2021) celebra histórias e saberes ancestrais das matriarcas da Pedreira Prado Lopes, região Noroeste de Belo Horizonte. Idealizado pelo Coletivo Iabas, o evento reúne, neste sábado (16), contadores de histórias e promove uma roda de conversa com as matriarcas, além de apresentação musical do grupo Orisamba. O objetivo do Embondeiro 2021 é apresentar a importância das tradições, dos costumes e dos saberes da Pedreira Prado Lopes para a cultura e a história da capital mineira: são as histórias das pessoas que ajudaram a construir a cidade. 

O evento apresenta diversas narrativas de tradições africanas no continente e na diáspora, abordando também os bichos, as pessoas e os orixás. O coordenador da Associação de Resistência Cultural Afro-brasileira Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente, Pai Ricardo, é quem abre a programação, totalmente on-line e gratuita. 

O Embondeiro 2021 foi tema de entrevista no programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta quinta-feira, 14. A jornalista Luíza Glória, apresentadora do programa, recebeu a atriz, professora de teatro, educadora social e contadora de histórias Elaisa de Souza. Ela faz parte do elenco de contadores de histórias do evento e pesquisa as relações étnico-raciais a partir das Contações de Histórias Afro-centradas. Embondeiro, além de dar nome ao evento, é um dos nomes da árvore africana baobá. Elaisa de Souza conta que, antigamente, os contadores de história repousavam sobre essa árvore, ao redor das quais havia reuniões, que se desdobravam em processos coletivos de aprendizagem e reflexão.

“Essas reflexões vêm de um conjunto de vários conhecimentos compartilhados por nós, pessoas negras, que se desdobram para falar de questões étnico-raciais. Mas também vêm de filosofias e contribuições de outras mulheres. Essas mulheres dizem que o baobá vem de um legado: é uma árvore muito grande, com diversos ramos, troncos grossos e, dentro dela, também traz essas tradições africanas, a partir da diáspora. É um legado ancestral que permeia essa baobá. É uma árvore que simboliza os costumes, as etnias, essas histórias de África, essa força, essa resistência e essa potência dessas histórias”, explicou.

Ouça a entrevista conduzida pela jornalista Luíza Glória.

A programação do Embondeiro 2021 é gratuita e será transmitida no canal do Coletivo Iabas no Youtube. As atividades neste sábado, 16, têm início às 10h e se estendem até as 17h. Outras informações sobre a programação do Encontro Negro de Contadores de Histórias (Embondeiro 2021) podem ser consultadas nos perfis do Coletivo Iabas no Instagram e no Facebook.

Produção: Enaile Almeida e Nicolle Teixeira, sob orientação de Luíza Glória e Hugo Rafael