A atriz e palhaça mineira Lori Moreira estreia na segunda-feira, 18, o espetáculo Valente, seu primeiro trabalho solo. Produzida pela Companhia Caxangá e dirigida pelo artista pernambucano Ronaldo Aguiar, a montagem é protagonizada pela palhaça Lorota, uma artista que vivencia a decadência de sua carreira e tenta reviver o sucesso que garantiu anos antes nos palcos de rua. 

Em formato digital e gratuito, Valente se baseia nas experimentações de Lori ao longo de sua construção como artista, reunindo diversas linguagens circenses. O espetáculo aborda temas como solidão, abandono e esperança, tendo como pano de fundo uma questão que atravessa os palcos de rua: onde estão as palhaças mulheres? 

O programa Noite Ilustrada, da Rádio UFMG Educativa, recebeu a atriz e palhaça Lori Moreira, para um bate-papo com o apresentador Luiz Fernando Freitas nesta sexta-feira, 15. Na conversa, ela explicou que um dos objetivos dela com o espetáculo é incentivar e motivar outras palhaças num universo ainda bastante masculino. “Somos muitas, mas não somos tantas mesmo, como os palhaços. Realmente, é uma tradição masculina. Se você for pegar a história mesmo, a tradição é masculina. Até quando uma mulher foi ser palhaça pela primeira vez, ela teve que ser um palhaço homem”, contextualizou.

Lori Moreira falou também sobre a dificuldade de se estar, como mulher e artista, nas ruas. “Não é fácil, ainda mais na rua. Só de ser mulher e estar exposta na rua, já tem as suas questões. Como artista, você acaba abrindo mais uma porta e, às vezes, as pessoas acabam confundindo essa abertura pra chamar o público e a gente tem que saber lidar com isso também. (...) É um desafio mesmo: de se impor, de se colocar neste lugar e bancar este lugar”, reforçou.

Ouça a entrevista conduzida por Luiz Fernando Freitas.
 
O espetáculo on-line será transmitido ao vivo, gratuitamente, de 18 a 24 de outubro, sempre às 16h, em comemoração ao Mês das Crianças. O acesso é pelo canal da Companhia Caxangá no Youtube.