Estudo da Enfermagem revela que violência física é a que mais atinge idosos no Brasil
Análise de dados do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes demonstrou ainda que padrões de violência são demarcados pelas diferenças de gênero
A violência contra o idoso é um problema global de saúde pública e social. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um em cada seis idosos é vítima de violência em todo o mundo. Estudo defendido em setembro do ano passado no Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFMG identificou os padrões das notificações de denúncias de violência contra idosos no Brasil e analisou dados do atendimento em serviços de urgência e emergência no país.
A pesquisa de mestrado, desenvolvida pela enfermeira Fabiana Martins Dias de Andrade, baseou-se em informações de duas bases de dados do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes: o Viva Inquérito e o Sistema de Notificação de Agravos, referentes a 2017. Os resultados do estudo demonstraram que, no Brasil, a principal violência sofrida por pessoas com mais de 60 anos é a física.
O estudo revelou ainda como as questões de gênero demarcam as violências sofridas por idosos no país. “A maioria dos casos de violência contra pessoas do sexo feminino está relacionada à força, ao espancamento e a lesões. Já os homens sofreram lesão por corte, em via pública, de agressor desconhecido do sexo masculino, com suspeita de elevado consumo de álcool”, explicou.
Em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta quinta-feira, 21, a enfermeira Fabiana Andrade, autora do estudo, mestre em Enfermagem pela UFMG e atualmente doutoranda do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública, da Faculdade de Medicina, falou sobre a pesquisa.
Casos de violência contra o idoso no país podem ser denunciados pelo Disque 100, mantido pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, e pelo Ligue 180, da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. As denúncias também podem ser feitas via Whatsapp: (61) 99656-5008.