Arte e Cultura

Festival de música universitária pede ‘cessar-fogo’ no clima e na guerra

Terceira edição do evento reunirá cinco atrações nesta quarta-feira, dia 22, na arena da Fafich

Uma das apresentações da segunda edição do festival
Uma das apresentações da segunda edição do festival Imagem de tela: TV UFMG

Música é diversão, mas também reflexão. Diante das mudanças climáticas e dos seus impactos sobre o planeta e da guerra no Oriente Médio, a terceira edição do Festival Autoral de Música Universitária (AMU) da UFMG, que será realizada nesta quarta-feira, dia 22, é inspirada em um tema atual e sugestivo: Cessar-fogo. Trata-se de um apelo da arte para o fim da violência, da dominação e da destruição nos âmbitos ambiental, social e geopolítico.

O evento, que vai começar às 18h, na arena da Fafich, oferecerá uma mistura de repertórios, que incluem MPB, pop, rock, R&B e música instrumental. A realização é consequência do trabalho do Laboratório de Produção Musical, projeto de extensão do Departamento de Instrumentos e Canto da Escola de Música que reúne estudantes das disciplinas de Produção musical II e Gravação II. A coordenação é do professor Fernando Braga.

Além de ser uma plataforma de divulgação e de entretenimento, o festival proporciona aos estudantes participantes o contato com a prática profissional, já que eles assumem as atribuições relativas a todas as etapas de organização evento. “É muita energia envolvida na produção, que exige visão estratégica, cuidado e responsabilidade”, avalia  Bruno Vasconcelos, diretor executivo do projeto em 2023 e um dos idealizadores da primeira edição do AMU.

Felipe dos Santos é aluno do bacharelado em música popular
Felipe dos Santos é aluno do bacharelado em música popular Foto: Fabio Xavier

A edição deste ano conta com cinco atrações, entre elas grupos e músicos em carreira solo, que estão desbravando a cena musical mineira. “O AMU é uma tradição que está sendo construída diante de nossos olhos, uma iniciativa fundamental que proporciona uma troca fantástica entre artistas, instituição e comunidade”, afirma Felipe dos Santos, aluno da Escola de Música e um dos artistas convidados. O músico se disse muito honrado e feliz com o convite. “A participação no festival é, por si só, uma chance incrível de interagir com muitos profissionais e ganhar experiência”, comemora. 

Catalisador de mudanças
Quando ainda era apenas uma ideia, o Festival AMU já se propunha a ir além do entretenimento. Nasceu e se desenvolveu como movimento estudantil cultural e  artístico. Para Bruno Vasconcelos, “a cultura e a arte têm o poder de catalisar mudanças sociais, e, ao abordar temas relevantes, a música é uma forma poderosa de conscientizar, mobilizar, unir e inspirar as pessoas a ser solidárias e a agir em conjunto e de forma colaborativa”. 

A primeira edição, em 2019, teve como tema Balbúrdia, uma apropriação irônica de expressão usada na época por grupos conservadores para atacar as universidades. O AMU buscar provar o contrário, ou seja, que o trabalho feito na UFMG é sério e profícuo.

Bruno Vasconcelos: manifestação vibrante
Bruno Vasconcelos: manifestação vibrante Foto: Arquivo pessoal

Na segunda edição, em 2022, no fim da pandemia de covid-19, o festival, com o tema Contragolpe, lançou luz sobre a importância da área artística e musical em um cenário de falta de incentivo e corte de gastos. “Naquele momento, enfrentávamos orçamentos reduzidos e uma crise sanitária global, agravada pelo negacionismo”, afirma Vasconcelos. 

Ciclo de dois anos
O evento tem uma inspiração explícita: o Movimento Artístico Universitário (MAU), que nasceu na década de 1970, no Rio de Janeiro. 

O AMU é uma realização dos discentes, o desfecho de um ciclo de dois anos, no qual entram em contato com a teoria e as técnicas da produção musical e assumem toda a elaboração do festival. O planejamento vai desde a definição do escopo, das equipes de trabalho, do cronograma e das estratégias de captação até a chamada pós-produção, passando por permissões, parcerias, formulação de editais, curadoria, divulgação, cenografia, segurança, alimentação, logística e estrutura física. “O festival é uma manifestação vibrante do potencial artístico e profissional dos estudantes da UFMG, um projeto que transcende os limites da sala de aula, proporciona aos alunos uma oportunidade única de atuação em produção para quem deseja seguir carreira na indústria musical”, afirma Bruno Vasconcelos. 

A TV UFMG acompanhou a segunda edição do Festival. Assista à reportagem:

Júlia Rhaine Diniz SIlva