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Genérico, de referência ou similar?

Para ajudar a driblar o aperto no orçamento doméstico, professor da UFMG explica o que está por trás da diferença no preço desse medicamentos

O Brasil enfrenta uma das maiores crises econômicas da história do país, situação agravada pela pandemia de covid-19, que ainda assola a população em 2021. Entre tantos problemas enfrentados na atualidade, a fome e o desemprego vêm se sobressaindo juntamente a catástrofe sanitária. Além disso, a necessidade e dificuldade de lutar pela sobrevivência pode ser observada, também, no depoimento daqueles que dependem da compra dos medicamentos. Por isso, conhecer a diferença entre os genéricos, similares e de referência pode ser um fator muito importante na hora de economizar.

Segundo Gerson Pianetti, professor e pesquisador da Faculdade de Farmácia da UFMG, os medicamentos referência são os primogênitos na pesquisa do fármaco, ou seja, o laboratório o pesquisou e comprovou por meio de testes clínicos e pré-clínicos toda a eficácia e a segurança desse fármaco. Ainda segundo o professor, na década de 50, no Brasil, logo após a Primeira Guerra, houve a ascensão de laboratórios estrangeiros e nacionais, os quais passaram a comprar fármacos que haviam sido descobertos em empresas renomadas para fabricarem o mesmo medicamento. Na época, não havia, até então, a comparação da eficácia entre os medicamentos produzidos, mas, uma vez que o fármaco era semelhante, havia a produção, surgindo assim os medicamentos similares com o mesmo princípio ativo. Já por volta dos anos 90, no final da década, foi criada então a Agência Nacional de Vigilância Sanitária no Brasil (Anvisa) e aí começou-se, então, a pensar no programa do medicamento genérico. Os laboratórios migraram para essa produção e realizaram os estudos de equivalência farmacêutica com os medicamentos de referência. 

Mas, ainda, a eficácia dos três medicamentos é questionada por grande parte da população. Segundo o professor Gerson Pianetti, o que determina a eficácia do medicamento certo é o insumo farmacêutico. “Se esse insumo farmacêutico é comprado no mercado internacional, o comprador que vai fabricar o medicamento precisa realizar os testes primordiais determinados pela farmacopeia brasileira para determinar se aquele insumo está realmente ativo. Se ele estiver ativo, é seguro e eficaz. Se há a realização de testes físico-químicos comparando os medicamentos genéricos ou similares com os de referência, há a verificação de todos os parâmetros de qualidade determinados para dizer que os dois têm uma equivalência”, afirma.  

Para serem registrados na vigilância sanitária, tanto os medicamentos genéricos como os similares passaram por testes rigorosos de equivalência farmacêutica e de bioequivalência, tornando-os, assim, seguros para o consumo. Dessa forma, na hora da compra, o brasileiro possui a autonomia de escolher o medicamento ideal, de acordo com a sua receita, da maneira que cabe no seu bolso. Segundo o professor, o ideal é manter o diálogo com o médico e quebrar alguns tabus existentes sobre as medicações oferecidas pelo mercado farmacêutico.

Equipe: Produção: Miryam Cruz; Imagens: Antônio Soares, Lucas Tunes, Pexels, Pixabay, Cedoc TV UFMG; Edição de imagens: Marcia Botelho; Edição de conteúdo: Naiana Andrade.